A Alemanha estabeleceu sua primeira linha de comunicação com o grupo Hay’at Tahrir al-Sham (HTS), que lidera a transição na Síria, nesta terça-feira (17), reportou o Ministério de Relações Exteriores do país europeu.
As informações são da agência de notícias Reuters.
Berlim junta-se aos governos dos Estados Unidos e Grã-Bretanha em fazer contato com o grupo islâmico, após a queda do regime de Bashar al-Assad há cerca de dez dias.
Segundo um porta-voz do ministério alemão, os primeiros contatos de diplomatas com os representantes do governo interino em Damasco devem assumir como foco a proteção de minorias e o processo de transição política.
“As possibilidades de presença diplomática serão exploradas”, confirmou o porta-voz, ao notar, porém, monitoramento do HTS, por suas raízes salafistas, como dissidência da al-Qaeda na Síria. “Até onde vimos, estão agindo com prudência”.
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A guerra civil na Síria, deflagrada em 2011, pela repressão do regime assadista a protestos por democracia, foi arrematada por um avanço relâmpago da oposição, a partir de Aleppo em direção a Damasco.
Em 8 de novembro, Assad fugiu do país para a Rússia — país que o auxiliou a reconquistar território e estagnar a guerra há cerca de quatro anos.
Berlim reiterou trabalhar com parceiros sobre a conjuntura síria, sobretudo Grã-Bretanha, França e Estados Unidos.
Estima-se 500 mil mortos pela guerra na Síria, além de metade da população deslocada à força, incluindo ao menos um milhão de refugiados sírios à Alemanha. Regimes europeus, agora, parecem afoitos em repatriar os refugiados.
O HTS promete moderação e diversidade no processo transicional. Apesar das incertezas em torno de seu futuro político, milhões de sírios comemoraram a queda da ditadura nas ruas e praças do país.
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