Governo interino da Síria pede ação da ONU contra os ataques de Israel

O governo interino da Síria requisitou do Conselho de Segurança das Nações Unidas que aja imediatamente pelo fim dos ataques israelenses a seu território, além da retirada das tropas ocupantes que avançaram no país, em violação do acordo de 1974.

Israel tem avançado na Síria, conforme suas prerrogativas expansionistas, desde a queda do regime de Bashar al-Assad, há cerca de dez dias, sob um avanço relâmpago das forças rebeldes desde Aleppo até a capital Damasco.

Em duas cartas idênticas encaminhadas ao Conselho de Segurança e ao secretário-geral António Guterres, o embaixador da Síria na ONU, Qusay al-Dahhak confirmou “instruções de seu governo” sobre as demandas.

Trata-se da primeira mensagem pública do novo governo às Nações Unidas, à medida que busca contato internacional e legitimidade para esforços de transição e reconstrução. As cartas, datadas de 9 de dezembro, sucedem em um dia a fuga de Assad à Rússia.

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Segundo al-Dhahhak: “Em um momento no qual a República Árabe da Síria vive uma nova fase de sua história, em que seu povo aspira liberdade, igualdade e estado de direito, para cumprir suas esperanças de prosperidade e estabilidades, o exército ocupante israelense avança ainda mais em terras sírias, incluindo Hermon e Quneitra”.

No sábado (14), a Defesa Civil da Síria, conhecida como Capacetes Brancos, somou-se a apelos pela retirada dos batalhões israelenses dos territórios ocupados.

“À medida que os sírios esperam paz e prosperidade”, disse a organização, “após esperar por quase 14 anos por esse momento histórico, Israel lança ataques para sabotar o sonho de uma nação livre, segura e estável. Forças israelenses avançam na zona neutra e áreas adjacentes, rumo ao interior de Damasco”.

Os Capacetes Brancos notaram ainda “ataques aéreos israelenses contra infraestrutura, intimidação de civis e ocupação de terras sírias [como] violação flagrante de todas as leis internacionais e resoluções do Conselho de Segurança, além da soberania nacional e do direito do povo sírio de viver em paz e segurança”.

O colapso de Assad arrematou a guerra civil na Síria, deflagrada pela repressão brutal do regime a protestos populares por democracia, no início de 2011.

Estima-se até 500 mil de mortos pela guerra na Síria, que deslocou metade da população, sobretudo ao exterior, em uma crise de refugiados sem precedentes.

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