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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Repressão da AP segue na Cisjordânia, palestinos na diáspora condenam ações

Forças da Autoridade Palestina (AP) lançam gás lacrimogêneo contra uma manifestação em Jenin, na Cisjordânia ocupada, em 16 de dezembro de 2024 [Jaafar Ashtiyeh/AFP via Getty Images]

O Fórum Palestino na Grã-Bretanha condenou nesta segunda-feira (16), em comunicado à imprensa, a campanha em curso das forças da Autoridade Palestina (AP) contra núcleos de resistência popular na Cisjordânia ocupada.

“Esta campanha ocorre em um momento no qual o povo palestino requer solidariedade e unidade, com urgência, para confrontar a intensificação da ocupação israelense, além de sua implacável agressão”, alertou o fórum. “Neste momento crítico, esforços deveriam se concentrar em dar fim ao cerco ilegal de Gaza e ao genocídio realizado no enclave contra nosso povo”.

Para a organização da sociedade civil, a campanha da Autoridade Palestina “contradiz, de maneira direta”, as prioridades e demandas nacionais.

“Tais ações seguem em flagrante contraste com as declarações do presidente Mahmoud Abbas, que alegou compromisso em ajudar Gaza mesmo que custasse sua vida”, reiterou a nota. “De fato, porém, continuamos a ver o sacrifício trágico da juventude palestino sob a guisa da coordenação de segurança com as forças ocupantes”.

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A coordenação de segurança com as forças israelenses são fruto dos Acordos de Oslo, de 1993, que estabeleceram a Autoridade Palestina. No passado, Abbas descreveu as ações de colaboracionismo com a ocupação como “sagradas”.

O Fórum Palestino na Grã-Bretanha reivindicou o fim imediato da campanha, responsável por “maior fragmentação” da sociedade palestina.

“Instamos medidas decisivas para unificar as fileiras diante da agressão israelense, a fim de responsabilizar aqueles que perpetraram crimes de guerra nas cortes internacionais”, concluiu a comunidade. “Este momento crucial exige que superemos divisões políticas, para fortalecer a resiliência e união de nosso povo — não importa suas filiações”.

Em 7 de dezembro, forças da AP executaram Yazeed Jayasa’a, combatente da resistência palestina no campo de refugiados em Jenin, na Cisjordânia, incitando protestos. Segundo informações, a ação foi encomendada pelo exército de Israel.

Para a Jihad Islâmica, grupo nacional ligado a Jayasa’a, “os ataques à resistência em Jenin se alinham plenamente à agressão e aos crimes da ocupação”. Outras entidades, como o Hamas, condenaram a ação, ao advertir para “um convite à divisão interna”.

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Dias depois, entretanto, soldados de Ramallah mataram Ribhi Shalabi, jovem de 19 anos, desarmado, também em Jenin, sob a prerrogativa de ações para “manter a lei e a ordem”, incluindo o cerco a um hospital e corte de água e luz aos moradores.

Em protesto, um oficial sênior do establishment de segurança da AP se demitiu, ao indicar a gravidade da situação.

Nesta mesma conjuntura, a imprensa israelense reportou que Washington solicitou de Tel Aviv que arme as forças da AP para agir em seu nome. Conforme relatos da agência Walla, o coordenador de segurança dos Estados, general Michael Fenzel, reuniu-se com líderes militares da AP para debater os planos.

Na ocasião, o general recebeu pedidos por munição, capacetes, coletes, instrumentos de comunicação, equipamentos de visão noturna e veículos blindados, ao sugerir o escopo e a contiguidade das operações.

Segundo as informações, Jordânia, Egito e Arábia Saudita apoiam a repressão, sob receio de colapso da Autoridade Palestina, incluindo temores declarados de deserção de tropas colaboracionistas e mesmo troca de lado, a favor da resistência.

O domingo (15) foi tomado por confrontos nos arredores de Jenin entre colaboracionistas e unidades de resistência. Para a Jihad Islâmica, a AP, todavia, está em seu limite e “quer apenas encontrar uma saída para alegar controle”.

Neste entremeio, Jenin permanece em greve geral, salvo aulas administradas online.

Conforme o jornal israelense Yedioth Ahronoth, as ações de Ramallah seguem o “modelo de Nablus”, ao intervir na resistência após tropas coloniais debilitarem sua infraestrutura. O periódico sionista notou a importância de preservar a Autoridade Palestina.

As ações de Ramallah coincidem com uma onda de pogroms cometidos por soldados e colonos israelenses contra os palestinos, agravados em paralelo ao genocídio em Gaza — com 45 mil mortos, 106 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

Na Cisjordânia e em Jerusalém, são mais de 800 mortos, 6.600 feridos e 11 mil presos por Israel, em uma campanha de massa que dobrou a população carcerária nativa. A maioria permanece em custódia sem julgamento ou acusação — reféns, por definição.

As ações de Israel seguem em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde o Estado colonial é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

A mesma corte reconheceu em julho, em decisão histórica, a ilegalidade da ocupação na Cisjordânia e Jerusalém, ao ordenar evacuação imediata de colonos e soldados, além de reparações aos nativos.

A recomendação de Haia, em setembro, evoluiu a resolução aprovada por maioria de dois terços da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), com prazo de um ano para ser implementada.

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