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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Forças da Autoridade Palestina tentam controlar Cisjordânia volátil

Polícia colaboracionista da Autoridade Palestina (AP) reprimem protesto em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, em 24 de junho de 2021 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

As forças de segurança da Autoridade Palestina (AP) mantêm embates com combatentes e ativistas em Jenin, na Cisjordânia ocupada, há dias, na tentativa de exercer controle em um dos centros históricos da resistência, às vésperas de uma eventual reestruturação da política palestina após a guerra em Gaza.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Forças da AP, que exerce um governo semiautônomo na Cisjordânia, via colaboração com a ocupação israelense, avançaram a Jenin no começo de dezembro, para reprimir núcleos ligados aos movimentos Hamas e Jihad Islâmica.

Ao menos três pessoas foram mortas pela polícia colaboracionista, incluindo um líder da Jihad Islâmica e dois civis — um deles, um jovem desarmado de 19 anos de idade. Jenin, neste contexto, lançou greve geral, junto a protestos que tomaram a Cisjordânia.

Estados Unidos — aliado e aliciador de Israel na região — alertou para o colapso da AP, ao pedir à ocupação que envie a Ramallah equipamentos para fins repressivos.

O Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (OCHA), por sua vez, sugeriu uma investigação a violações de direitos humanos pelas forças palestinas.

Tropas militares da AP, em veículos blindados, instalaram checkpoints em torno de Jenin e do campo de refugiados adjacente. Para os residentes, o comportamento de Ramallah é análogo aos abusos cometidos por Israel em Jenin.

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Segundo o jornal israelense Yedioth Ahronoth, as ações da seguem o “modelo de Nablus”, ao intervir na resistência após tropas coloniais debilitarem a infraestrutura.

“A AP não tem tratores como Israel, essa é a única diferença”, destacou o residente Malek Jaber. “A invasão é a mesma. O cerco é exatamente o mesmo”.

O brigadeiro-general Anwar Rajab, porta-voz das forças palestinas pró-ocupação, afirmou que “foras-da-lei” tomaram Jenin, então detidos. Segundo Rajab, a operação busca reaver a “lei e a ordem” e deve seguir até que se cumpram seus objetivos.

O primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Mustafa, visitou Jenin no fim de semana, acompanhado de comandantes de suas tropas, e insistiu que o intuito é restituir a segurança “no caminho para a criação de um Estado independente”.

Os protestos, no entanto, tomaram outras cidades da Cisjordânia, incluindo Tulkarem, no norte, e Tubas, no Vale do Jordão.

‘Prove a que veio’

A operação parece um sinal da Autoridade Palestina para que “prove a que veio”, a fim de manter seu controle — embora dependente — sobre a Cisjordânia, na esperança de obter um papel no futuro de Gaza — sob genocídio conduzido por Israel há 14 meses.

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A Autoridade Palestina foi fundada há três décadas, sob os Acordos de Oslo, com gestão parcial em Gaza e na Cisjordânia, como parte das juras, jamais cumpridas, por um Estado palestina. Em 2007, perdeu o controle de Gaza para o Hamas.

Israel deseja despovoar e anexar Gaza, mas a AP — sob promessas árabes e ocidentais — almeja retornar ao enclave.

Para Michael Mihlshtein, ex-agente de inteligência de Israel, hoje analista, o presidente da AP, Mahmoud Abbas, busca, sim, mostrar força, à espera de um pós-guerra. “Há enorme pressão sobre ele para fazer alguma coisa, caso queira um papel relevante no dia depois em Gaza”, declarou Mihlshtein.

A operação em Jenin, observou o analista, sucede um cessar-fogo no Líbano, a queda de Bashar al-Assad na Síria e a reeleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, deixando incerto o futuro da região.

Israel acusa a AP de não conseguir controlar os grupos de resistência na Cisjordânia. Para Ramallah, contudo, é a ocupação que fere sua autoridade.

Apesar de diálogos reconciliatórios ao longo do último ano, o partido Fatah, maior facção na Autoridade Palestina, pareceu rescindir, sem um acordo evidente, junto ao governo do Hamas, sobre como administrar e reconstruir Gaza após o genocídio.

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