Ao menos nove pessoas foram mortas e outras três ficaram feridas por ataques aéreos de Israel contra o Iêmen, nas primeiras horas desta quinta-feira (19), contra a capital Sanaa e a província ocidental de Hudaydah, reportaram fontes locais.
Das fatalidades, sete ocorreram no porto de Salif, após ataques à instalação. Outras duas pessoas morreram e uma ficou ferida por ataques ao terminal de petróleo de Ras Isa.
Os bombardeios de Israel alvejaram infraestrutura civil, sobretudo na capital Sanaa, com diversos disparos contra as usinas de energia elétrica de Hezyaz e Dhabhan. Os incêndios foram contidos, mas os serviços foram impactados.
O exército israelense admitiu a agressão, ao afirmar, contudo, atacar “recursos militares” utilizados pelo grupo houthi, que governa o Iêmen, após interceptar um míssil disparado contra o Estado ocupante.
Em resposta, a unidade balística das forças do Iêmen disparou a dois sítios militares, de natureza estratégica, na região de Tel Aviv. “Nossa resposta advém dentro do contexto de uma reação legítima e natural”, insistiu o porta-voz iemenita Yahya Saree.
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Israel busca expandir o escopo de sua campanha militar no Oriente Médio, ao avançar do genocídio em Gaza a ataques a Síria e Iêmen, para além de violações do cessar-fogo com o grupo Hezbollah no Líbano.
Desde novembro de 2023, o grupo houthi mantém um embargo de facto a navios ligados a Israel e aliados no Mar Vermelho, como solidariedade efetiva aos palestinos, que somam 45 mil mortos e 106 mil feridos sob as violações de Israel.
As ações houthis tiveram impacto na economia israelense e mesmo na navegação global, ao levar corporações a prescindir do Canal de Suez em favor da rota muito mais extensa e onerosa do Cabo da Boa Esperança, contornando a África.
Em retaliação, a favor de Israel, forças dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha atacaram o Iêmen — considerado o país mais pobre do Oriente Médio.
As ações israelenses seguem em desacato de resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e medidas cautelares por desescalada em Gaza do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, onde o Estado colonial é réu por genocídio.
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