O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu, na quinta-feira (19), a imposição de um embargo de armas a Israel, encerrando o comércio com o país e isolando-o internacionalmente, relatou a Agência Anadolu.
Falando na cúpula do D-8 no Cairo, Erdogan descreveu essas medidas como passos cruciais para responsabilizar Israel por suas ações na região.
“Vemos os passos de Israel que desconsideram a integridade territorial da Síria, incluindo a expansão de assentamentos ilegais nas Colinas de Golã”, disse ele.
“Acredito que o D-8 deve responder mais fortemente à ilegalidade que ameaça a estabilidade da Síria e nossa região.”
‘Estados islâmicos devem liderar passos’
O presidente turco também pediu uma resposta mais coordenada dos países islâmicos, especialmente dos membros do D-8.
“Como países islâmicos, devemos liderar medidas que possam ser tomadas contra Israel”, disse Erdogan.
“Devemos trabalhar mais arduamente juntos, como países D-8, por uma paz justa e duradoura na região”, acrescentou.
O presidente enfatizou que tal posição unida é vital para a estabilidade regional e para a busca de uma paz justa e duradoura no Oriente Médio.
Ele destacou a importância crítica da ação coletiva contra Israel, dizendo: “Devemos encorajar o máximo de países possível, particularmente os membros do D-8, a intervir no caso da África do Sul na Corte Internacional de Justiça”.
Apelo por cessar-fogo em Gaza
Erdogan enfatizou que alcançar um cessar-fogo permanente em Gaza se tornou mais importante do que nunca no curto prazo.
“Nesse sentido, todos nós devemos nos mobilizar e agir. Nosso objetivo de longo prazo deve ser iniciar um processo de negociação para implementar uma solução de dois estados”, ele acrescentou.
“Devemos apoiar fortemente as negociações em andamento lideradas pelo Catar e Egito para alcançar um cessar-fogo e chegar a um resultado o mais rápido possível”, disse o presidente turco.
“Espero que o estabelecimento de um cessar-fogo no Líbano e o colapso do regime de Assad na Síria marquem o início de uma era mais positiva”, ele acrescentou. Israel intensificou os ataques aéreos na Síria nos últimos dias, visando locais militares, após a expulsão do regime de Bashar Assad em 8 de dezembro por grupos antirregime, em uma clara violação da soberania síria.
O governo israelense também declarou o colapso do Acordo de Desengajamento de 1974 com a Síria, que havia estabelecido uma zona de amortecimento desmilitarizada nas Colinas de Golã ocupadas por Israel.
Desde então, o exército israelense mobilizou forças para a zona de amortecimento, um movimento condenado pela ONU e por várias nações árabes.
No domingo, o governo aprovou por unanimidade um plano proposto pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para melhorar a construção de assentamentos israelenses nas Colinas de Golã sírias ocupadas, com um orçamento superior a 40 milhões de shekels (US$ 11,13 milhões).
As Colinas de Golã são território sírio ocupado por Israel desde a guerra do Oriente Médio de 1967.
LEIA: Erdogan diz que a comunidade internacional deve forçar Israel a cessar-fogo no Líbano