Netanyahu não comparecerá à cerimônia de libertação de Auschwitz por medo de prisão

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, discursa em uma entrevista coletiva em Tel Aviv, em 13 de julho de 2024 [Nir Elias/POOL/AFP via Getty Images]

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não participará do 80º aniversário da libertação do campo de extermínio nazista de Auschwitz por medo de ser preso após o mandado de prisão emitido contra ele pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia.

O mandado foi emitido sob acusações de cometer crimes de guerra e crimes contra a humanidade na guerra em Gaza, de acordo com relatos do jornal polonês Rzeczpospolita na sexta-feira (20).

O jornal citou Wladyslaw Bartoszewski, vice-ministro das Relações Exteriores da Polônia, que está organizando a cerimônia programada para 27 de janeiro, dizendo que seu país está comprometido em respeitar a decisão do TPI em Haia.

A cerimônia em comemoração à libertação de Auschwitz deve contar com a presença de muitos líderes mundiais. O jornal polonês prevê que Israel será representado por seu ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa’ar, mas a mídia israelense citou autoridades israelenses dizendo que o ministro da Educação, Yoav Kisch, representará Israel na cerimônia.

O jornal polonês informou que Israel não solicitou a participação de Netanyahu na cerimônia e que os israelenses sabiam como Varsóvia reagiria se Netanyahu chegasse à Polônia.

O presidente israelense Isaac Herzog não deve participar da cerimônia. Seu antecessor, Reuven Rivlin, participou do 75º aniversário da libertação de Auschwitz.

Em 21 de novembro, o TPI emitiu dois mandados de prisão internacionais contra Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant sob acusações de cometer crimes de guerra e crimes contra a humanidade na Faixa de Gaza, incluindo palestinos famintos.

Espanha, Holanda, Bélgica, Irlanda, Lituânia e Eslovênia confirmaram que prenderão Netanyahu se ele entrar em seu território, e o primeiro-ministro belga Alexander De Croo afirmou: “Não pode haver padrões duplos”.

Líderes de vários países devem comparecer à comemoração da libertação de Auschwitz, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron, o rei espanhol, Felipe VI, o rei britânico, Charles, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, e o presidente húngaro, Tamas Sulyok.

A Polônia convidou o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, para a cerimônia, mas ele deverá ser representado por seu vice-presidente, JD Vance, ou seu secretário de Estado, Marco Rubio, informou o jornal polonês.

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