Moradores da província de Hama, no centro da Síria, homenagearam hoje o piloto Ragheed Tatari, que passou 43 anos em prisões do regime de Assad por se recusar a cumprir ordens do então presidente Hafez Al-Assad de bombardear civis em Hama.
Imagens compartilhadas por ativistas sírios capturaram a homenagem em uma mesquita em Hama após as orações de sexta-feira, que incluíram um serviço memorial em todo o país.
Tatari foi presenteado com uma espada de ouro pelo sheik Muaz Rayhan em nome do povo de Hama por sua coragem e sacrifício. A espada foi descrita como um “presente simbólico” por passar mais da metade de sua vida na prisão.
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Tatari foi libertado pelas forças da oposição síria ligadas à nova administração após o colapso do regime de Bashar Al-Assad no início deste mês. Após sua libertação, ele se reuniu com sua família.
Nascido em Damasco em 1955, Tatari se juntou à Força Aérea Síria com pouco mais de 20 anos. Em 1980, ele se recusou a cumprir ordens de bombardear alvos em Hama e se recusou a relatar a deserção de seus colegas.
Esse desafio resultou em sua demissão do exército. Buscando segurança, Tatari fugiu para a Jordânia e depois para o Egito, onde tentou solicitar asilo por meio da ONU. No entanto, seu pedido foi negado.
Tatari retornou à Síria no final de 1981 e foi preso ao chegar ao Aeroporto Internacional de Damasco pelo regime de Assad. Ele permaneceu preso até sua libertação pelas forças da oposição, juntamente com milhares de outros detidos após o colapso do regime de Bashar Al-Assad.