O Hamas propôs um cessar-fogo de uma semana, durante o qual forneceria uma lista de prisioneiros israelenses mantidos em Gaza, afirmou a mídia israelense na noite de terça-feira (31), informou a Agência Anadolu.
A Israeli Broadcasting Authority Kan, citando fontes estrangeiras não identificadas, afirmou em seu relatório que o Hamas propôs o cessar-fogo sem impor quaisquer condições, como a libertação dos prisioneiros, a retirada das forças israelenses de Gaza ou a permissão para que os palestinos deslocados retornem ao norte da Faixa de Gaza.
De acordo com o relatório, o Hamas forneceria a lista de prisioneiros no quarto dia do cessar-fogo, conforme solicitado por Israel, após o que as autoridades israelenses decidiriam se estenderiam a trégua ou retomariam as hostilidades.
O Hamas ainda não comentou a reportagem da emissora.
O movimento de resistência palestino, que supostamente mantém aproximadamente 100 prisioneiros israelenses, declarou que não pode compilar uma lista completa enquanto a guerra continuar. Israel prende mais de 10.300 palestinos.
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O Hamas expressou repetidamente sua disposição de chegar a um acordo, inclusive concordando, em maio, com uma proposta do então presidente dos EUA, Joe Biden, que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou posteriormente, introduzindo novas condições, inclusive a continuação das operações militares.
Os críticos, incluindo membros da oposição israelense e famílias de prisioneiros, acusam Netanyahu de paralisar as negociações para manter sua posição, já que ministros de extrema direita, como Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, ameaçaram retirar seu apoio ao seu governo se a guerra de Gaza terminar.
A situação em Gaza continua terrível, com quase 2 milhões de residentes deslocados de suas casas em condições de grave escassez de alimentos, água e medicamentos.
O bloqueio de Israel a Gaza, agora em seu 18º ano, transformou o território no que muitos descrevem como a maior prisão a céu aberto do mundo.
Israel também continua a enfrentar o escrutínio internacional, com o Tribunal Penal Internacional emitindo mandados de prisão no mês passado para Netanyahu e para o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant sob a acusação de crimes de guerra e crimes contra a humanidade relacionados à ofensiva em curso em Gaza.
O exército israelense deu continuidade a uma guerra genocida em Gaza que já matou mais de 45.500 vítimas, a maioria mulheres e crianças, desde um ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, apesar de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia um cessar-fogo imediato. Israel também enfrenta um caso de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça por sua guerra contra o enclave.