O grupo palestino Hamas advertiu em nota à imprensa que disparos de forças de segurança da Autoridade Palestina (AP) a um veículo da resistência em Tulkarem, no norte da Cisjordânia ocupada, representam uma perigosa escalada alinhada a políticas israelenses voltadas a erradicar o movimento nacional palestino.
O incidente ocorreu nesta terça-feira (7) na comunidade de Attil, a norte de Tulkarem, deixando três feridos — um em estado grave.
Em seu informe, segundo a rede Al-Resalah Net, o Hamas instou “figuras sensíveis” dentro da AP a e do partido hegemônico Fatah a intervirem por comedimento das forças policiais, no que diz respeito a sua abordagem a civis e núcleos de resistência.
O movimento radicado em Gaza, todavia, pediu união dos palestinos em torno da resistência, como “escolha estratégica”.
Em termos mais contundentes, o Hamas condenou o comportamento colaboracionista das forças da Autoridade Palestina como “traição dos princípios nacionais” na luta popular contra a ocupação israelense e destacou demandas por reforma na doutrina de segurança das tropas.
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Nas semanas recentes, diante de discussões sobre a gestão em Gaza após uma eventual retirada de Israel, a polícia da Autoridade Palestina se engajou em uma campanha repressiva frente a núcleos orgânicos de resistência, enfrentando protestos.
As ações da Autoridade coincidem com uma escalada colonial em Jerusalém e Cisjordânia, incluindo pogroms contra cidades e aldeias, e incursões militares, com mais de 830 mortos, 6.700 feridos e 11 mil presos arbitrariamente.
As ações de Israel em Gaza — com 46 mil mortos, 109 mil feridos e dois milhões de desabrigados — são investigadas como genocídio pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia sul-africana deferida há um ano.
Em julho de 2024, a corte reconheceu como ilegal a ocupação israelense na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ao ordenar evacuação imediata de colonos e soldados e reparações aos nativos.
Em setembro, a determinação consultiva avançou a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, como voto favorável de maioria absoluta — mais de dois terços dos Estados-membros — e prazo de um ano para ser implementada.
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