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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

O genocídio em Gaza e a espiral de colapso sionista

O médio Hussam Abu Safiya, diretor do Hospital Kamal Adwan, sequestrado por Israel, que destruiu o hospital [[QudsNen/X]

No dia 7 de janeiro chegou a notícia da morte por ataque cardíaco da mãe do médico palestino Hussam Abu Safiya. O genocídio faz vítimas a todo minuto, ininterruptamente, há 15 meses, direta ou indiretamente. Umm Hussam (mãe do dr. Hussam) está entre elas, que, estima-se, superem já 300 mil palestinos, a maioria mulheres e crianças. Ao tentar exterminar, a partir de Gaza, o povo palestino da face da Terra, Israel mergulha em sua própria espiral de colapso.

Dr. Hussam está preso por Israel desde o último 27 de dezembro. Testemunhos indicam que se encontra sob tortura na odiosa masmorra de Sde Teiman, conhecida como a porta do inferno sionista. Ele atuava no Hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza, quando – em meio à destruição do último estabelecimento de saúde em operação na região por Israel – foi humilhado, espancado e encarcerado, juntamente com seus colegas e mesmo pacientes. Antes disso, enterrou seu próprio filho, assassinado pelo estado genocida às portas do hospital. Também foi ferido num ataque.

O coração ferido de Umm Hussam parou de bater diante de tamanha dor e sofrimento. O que também precisa parar é a máquina da morte chamada Israel. Como divulgou o movimento BDS (boicote, desinvestimento e sanções), para 130 economistas israelenses, a possibilidade de derrocada é real.

Segundo reportagem do Mondoweiss, um deles, o israelense Dan Ben-David, argumenta que a fuga de cérebros que tem havido – com a saída significativa de milhares de intelectuais, cientistas, empresas de tecnologia que sustentariam a economia sionista – seria a pá de cal. “Não nos tornaremos um país do terceiro mundo, simplesmente não seremos mais”, disse Ben-David, como informa a mesma notícia. Para ele, mantida a atual trajetória, Israel teria apenas quatro anos antes de colapsar.

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É o que observava o movimento BDS em seu Instagram, ao apagar das luzes de 2024: “O genocídio estadunidense-israelense contra 2,3 milhões de palestinos em Gaza, que já dura mais de 13 meses, está destruindo centenas de milhares de vidas e meios de subsistência palestinos. Parece também estar acelerando o declínio do regime israelense de 76 anos de colonialismo e apartheid em uma ‘espiral de colapso’.”

A conclusão se baseia em fatos. “A dívida de Israel disparou para aproximadamente 340 bilhões de dólares no segundo semestre de 2024, um aumento de 20% em relação ao final de 2022, devido ao genocídio em Gaza. Possui uma classificação de crédito próxima a ‘lixo’, segundo a Moody´s, e uma taxa de crescimento zero em 2024, de acordo com a S&P”, continua o BDS em seu post.

A ‘espiral de colapso’ se acelerou com o desinvestimento de fundos europeus, fuga de capitais, fechamento de milhares de empresas. Uma ação do BDS levou a Intel a descartar a ideia de abrir uma fábrica em Israel cujo investimento seria de US$ 25 bilhões. Consequentemente, destaca o movimento, a “Granulate, uma startup israelense que a Intel havia adquirido por US$ 650 milhões em 2022, teve que ser fechada após a fracassada tentativa de encontrar um comprador”.

A nação das startups de tecnologia, como Israel gosta de se apresentar ao mundo, está em franco declínio. A fúria demonstrada ao desenvolver tecnologias sobre os corpos e terras palestinos para exportá-las tem, ironicamente, acelerado o destino final do Estado sionista enquanto projeto colonial: o colapso.

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Urge atender o chamado do povo palestino para abreviar essa rota, fortalecendo as campanhas de BDS. Nesse contexto, ganha centralidade a exigência a todos os estados, entre os quais o brasileiro, de embargo militar, energético e ruptura de todas as relações com Israel. Que 2025 marque um largo passo da solidariedade internacional nessa direção.

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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