Judeus britânicos pressionam polícia a revogar proibição de ato pró-Palestina

Mais de 660 cidadãos judeus antissionistas reivindicaram da Polícia Metropolitana de Londres que reverta sua proibição a um protesto pró-Palestina planejado para ocorrer no sábado (18) em frente aos escritórios da estatal britânica BBC, informou a agência de notícias Anadolu.

Personalidades legais, culturais e acadêmicas estão entre os judeus britânicos que assinaram a petição.

Em comunicado, o Jewish Voice for Labour (JVL) criticou a proibição como forma de subjugação das instituições públicas a uma “campanha partidária cujo objetivo é impedir uma assembleia pacífica e legal”.

As organizações reiteraram que a polícia sofreu “forte pressão de entidades pró-Israel”, sob a falácia de que os atos em solidariedade ao povo palestino representariam ameaça a sinagogas e congregações da comunidade judaica.

“Esta alegação sem evidências se desmente de maneira robusta pelo imenso bloco judaico que vemos em todas as manifestações desde que eclodiu o genocídio [em Gaza] em outubro de 2023”, reiterou o JVL nesta segunda-feira (13).

Outros membros da comunidade judaica que expressaram oposição à decisão da polícia incluem o influente rabino Jeffrey Newman, o escritor e diretor Adam Gantz, os professores Moshe Machover e Jacqueline Rose, o escritor e comediante Alexei Sayle e sobreviventes do Holocausto, como Stephen Kapos, e seus descendentes.

“Como judeus, nos choca essa tentativa descarada de interferir contra liberdades políticas conquistadas a muito custo, ao conjurar uma ameaça imaginária à liberdade de culto das comunidades judaicas”, acrescentou a nota.

Na semana passada, a Polícia Metropolitana apelou a um Ato de Ordem Pública para vetar o protesto em frente à BBC, sob pretexto de uma sinagoga próxima. A Campanha de Solidariedade Palestina e parceiros condenaram e denunciaram a proibição.

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Segundo a coalizão — que organiza as marchas no Reino Unido —, a decisão das autoridades policiais, às vésperas do evento, contradiz um aviso prévio de dois meses sobre a rota da manifestação, acordada publicamente em 30 de novembro.

Para os ativistas palestinos, “é inaceitável em uma sociedade democrática que, diante do genocídio ainda em curso em Gaza, sejamos impedidos de protestar” nos espaços públicos, em frente à corporação estatal britânica BBC.

Questionado pela agência de notícias Anadolu sobre a possibilidade de reavaliar a decisão, um porta-voz da Polícia Metropolitana reafirmou: “Nossa posição permanece a mesma e nossa determinação permanece de pé”

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