Dois palestinos foram mortos e outros sete ficaram feridos, incluindo uma criança, neste domingo (26), após forças israelenses abrirem fogo contra civis deslocados, em violação do acordo de cessar-fogo, reportou a agência de notícias Anadolu.
Um jovem foi morto e outros dois, feridos a oeste do campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza, informou uma fonte de saúde. Outro rapaz foi baleado e morto na região central de Rafah, no extremo sul do enclave.
O exército israelense também abriu fogo contra um grupo de deslocados que aguardavam autorização para retornar ao norte de Gaza, ferindo cinco, incluindo uma criança.
Conforme testemunhas, centenas de civis passaram a noite ao relento, no frio do inverno, à espera de salvo-conduto das forças ocupantes para retornar ao norte, conforme termos acordados em meados de janeiro.
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Relatos notaram a presença de veículos militares ao longo do Corredor Netzarim, dentre o norte e sul de Gaza. Soldados abriram fogo contra civis deslocados que aguardavam sua retirada para seguir jornada.
Autoridades israelenses postergaram a desobstrução das vias, prevista para domingo, em 24 horas, sob condição de que o colono Arbel Yehud fosse libertado. O movimento Hamas respondeu que Yehud será entregue na próxima troca de prisioneiros.
A primeira fase do acordo escalonado, previsto para durar seis semanas, entrou em vigor em 19 de janeiro, ao suspender a guerra de extermínio israelense contra a população civil do enclave costeiro.
Sete prisioneiros de guerra israelenses, incluindo quatro soldadas, foram libertadas desde então, em troca de 290 presos políticos palestinos.
O acordo mediado por Catar, Egito e Estados Unidos cessou os 470 dias de campanha de Israel em Gaza, que deixou ao menos 48 mil palestinos mortos, 111 mil feridos e cerca de dois milhões de desabrigados.
Em janeiro de 2024, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), que julga Estados, com sede em Haia, acatou a denúncia sul-africana por genocídio e crimes de guerra, contra Tel Aviv, registrada em dezembro.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), que julga indivíduos emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.
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