Em comunicado conjunto divulgado nesta quinta-feira (30), a Comissão de Assuntos de Assuntos dos Prisioneiros e Ex-prisioneiros Palestinos, a Sociedade dos Prisioneiros Palestinos e a Associação de Direitos Humanos e Apoio aos Prisioneiros Addameer confirmaram a morte de dois prisioneiros de Gaza nas cadeias de Israel.
Mohammed Al-Asali, de 35 anos, e Ibrahim Ashour, de 25 anos, faleceram em custódia em 17 de maio e 23 de junho de 2024, respectivamente.
Al-Asali foi detido por forças israelenses dentro do Hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza, em março. Ashour foi sequestrado no Hospital Nasser, em 14 de fevereiro, na cidade de Khan Yunis, no sul do enclave.
“A morte de ambos se soma ao longo histórico de crimes e de brutalidade do sistema israelense, que atingiu seu ápice desde a deflagração de sua guerra de extermínio em Gaza”, notaram as organizações de direitos humanos.
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“A ocupação israelense não somente mata seus prisioneiros, como deliberadamente manipula as respostas sobre seus destinos”, reiterou o comunicado, ao sugerir que o número de vítimas fatais em custódia pode sofrer subnotificação.
Segundo estimativas palestinas, ao menos 58 prisioneiros morreram nas cadeias de Israel desde 7 de outubro de 2023, incluindo 37 prisioneiros de Gaza.
Calcula-se milhares de palestinos sequestrados de Gaza em meio ao genocídio, cujo paradeiro permanece desconhecido, sob condições de tortura, negligência médica e execução sumária.
Organizações de direitos humanos advertem que mais prisioneiros devem morrer nas cadeias de Israel devido aos abusos, incluindo privação de alimentos, agressões físicas e violência sexual.
Tensões permanecem altas nos territórios ocupados após 15 meses de genocídio em Gaza, com mais de 48 mil mortos, 110 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Na Cisjordânia, são 870 mortos, 6.700 feridos e 11 presos arbitrariamente.
A maioria dos presos palestinos continua em custódia sem julgamento ou sequer acusação — reféns por definição.
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