O exército regular do Sudão lançou uma nova investida nesta quinta-feira (30) contra a coalizão paramilitar conhecida como Forças de Suporte Rápido (FSR), ao avançar rumo ao palácio presidencial na capital Cartum, reportou a rede Al-Araby Al-Jadeed.
Segundo as informações, o exército deu início à ofensiva pela manhã, ao entrar em confronto com membros da FSR que tentaram obstruir passagem.
A coalizão armada mantém controle do palácio presidencial e ministérios adjacentes, além de vários sítios estratégicos em Cartum desde abril de 2023, quando os antigos aliados entraram em conflito.
O avanço das Forças Armadas sucede uma série de vitórias nos meses recentes, a partir da retomada de cidades como al-Dinder, al-Suki, Singa e Jebel Moya, no extremo sul do país, Wad Madani, na região central, e então o distrito de Bahri, na capital.
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Recentemente, o exército regular tomou controle da ponte El Mek Nimr, que liga Bahri ao centro de Cartum, além da ponte mais próxima ao palácio presidencial.
A FSR, no entanto, recusou-se a reconhecer o êxito de seus adversários, ao afirmar que suas forças permanecem em Cartum, Bahri e outras áreas, preparadas a derrotar o que chama de “milícias islâmicas”.
Nesta quinta, a FSR — com apoio dos Emirados Árabes Unidos — divulgou no Telegram um vídeo de um desfile militar na região do Nilo Oriental, no leste da capital. Dentre os registros, militantes prometem “se sacrificar” pela causa e veículos parecem se avizinhar da cidade de Omdurman.
Neste entremeio, em Umm Ruwaba, no oeste do país, o exército postou um vídeo para ostentar sua entrada nas partes sul da cidade, sob controle do grupo paramilitar desde os primeiros meses do conflito.
Umm Ruwaba é vista como umas das cidades de maior importância estratégica do país, ao viabilizar avanços a al-Obeid, capital do estado de Cordofão do Norte; e, então, a al-Fula, capital de Cordofão Ocidental, e outras cidades da região.
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A guerra civil no Sudão matou ao menos 20 mil pessoas e deslocou 14 milhões, de acordo com dados das Nações Unidas e autoridades locais. Um estudo de universidades dos Estados Unidos, no entanto, estima até 130 mil mortos.
Organizações internacionais alertam para a catástrofe humanitária, com milhões sujeitos à fome em ao menos 13 dos 18 estados sudaneses.