O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, indeferiu um pedido do serviço de segurança interna Shin Bet pela detenção administrativa contra um colono extremista judeu preso por ataques terroristas contra palestinos na Cisjordânia ocupada.
As informações foram divulgadas na quarta-feira (29) pela rádio militar Kan.
A decisão se alinha com a promessa de Katz de usar a detenção administrativa — isto é, prisão sem julgamento ou sem acusação — exclusivamente contra palestinos, ao cessar seu raro uso contra colonos ilegais que cometem pogroms na Cisjordânia.
Em vez de seguir a recomendação do Shin Bet para prender o colono, Katz recebeu em seu ministério um grupo de rabinos próximos ao criminoso, ao se limitar a pedi-los que o supervisionem para que ele não volte a cometer violência.
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O ministro alegou preferir utilizar “outras ferramentas” sobre os colonos ilegais, apesar de uma escalada de anos de incidentes terroristas e pogroms contra palestinos nativos, suas terras e propriedades nos territórios ocupados.
Conforme juristas e analistas, a decisão viola a lei tanto nacional quanto internacional e pode ser rescindida pela Suprema Corte e mesmo incitar novos mandados de prisão de instituições globais contra oficiais israelenses, incluindo Katz.
Israel costuma adotar o mecanismo de detenção administrativa — herança colonial britânica — exclusivamente contra os palestinos, ao prendê-los por períodos de seis meses, renovados indefinidamente.
Muitos palestinos são mantidos por anos nos cárceres da ocupação, sem julgamento ou acusação, sob este sistema.
Segundo a Associação de Direitos Humanos e Apoio aos Prisioneiros Addameer, há hoje 3.376 palestinos mantidos em custódia de Israel sob detenção administrativa, incluindo crianças.
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