O novo governo da Síria — empossado oficialmente nesta semana — exigiu da Rússia que extradite o ditador deposto Bashar al-Assad e assessores, em meio a negociações recentes entre os países para restabelecer relações.
Uma delegação do Kremlin, chefiada pelo vice-ministro de Relações Exteriores, Mikhail Bogdanov, e pelo enviado especial, Alexander Lavrentyev, reuniu-se nesta semana com oficiais sírios, incluindo o novo presidente Ahmad al-Sharaa.
Trata-se da primeira troca diplomática, ao menos oficial, dentre Moscou e a gestão interina de Damasco, desde a fuga de Assad à capital russa, em 8 de dezembro, sob avanço relâmpago da oposição.
Segundo informações da agência Reuters, ao citar fontes anônimas próximas à matéria, o governo interino da Síria pediu à delegação russa que Assad e oficiais de seu governo sejam repatriados, para que sejam levados à justiça de transição.
LEIA: Síria pós-Assad cancela contrato de gestão portuária com empresa russa
Al-Sharaa também reivindicou indenização russa por “erros passados”, em alusão ao apoio de longa data de Moscou ao regime assadista, incluindo massacres cometidos por forças russas contra civis e rebeldes nos 13 anos de guerra civil.
Conforme os relatos, a delegação do Kremlin não exprimiu intenção de cumprir as demandas, tampouco reconhecer os “erros”. O único consenso, por ora, é manter aberto o diálogo entre as partes.
De acordo com a agência estatal russa TASS, Dmitry Peskov, porta-voz do governo de Vladimir Putin, recusou-se a comentar o caso.