O exército israelense se retirou da Passagem de fronteira de Rafah entre Gaza e Egito na sexta-feira, de acordo com os termos do acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor em 19 de janeiro, relata a Agência Anadolu.
De acordo com a Rádio do Exército Israelense, o exército entregou a Passagem a uma força internacional da União Europeia (UE) em preparação para sua reabertura mais tarde na sexta-feira. A rádio, que citou uma fonte de segurança sem mencionar seu nome, observou que o exército israelense reposicionou suas forças em uma área ao longo da fronteira Gaza-Egito. Além da missão da UE, a fonte disse que os palestinos da Autoridade Palestina sediada em Ramallah administrarão a Passagem do lado palestino, com a função de carimbar as autorizações existentes de Gaza.
O correspondente da emissora, Doron Kadosh, disse que 50 palestinos feridos terão permissão para viajar todos os dias, além de três escoltas para cada ferido, totalizando 200 pessoas todos os dias.
Ele acrescentou que todos os nomes de feridos e suas escoltas serão verificados pelo serviço geral de segurança israelense, Shin Bet, juntamente com a aprovação egípcia dos nomes.
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A UE, na sexta-feira, retomou sua missão de passagem de fronteira de Rafah conectando o sul da Faixa de Gaza ao Egito, inclusive para palestinos que precisam de cuidados médicos.
“A Europa está aqui para ajudar: a missão civil de fronteira da UE é enviada hoje para a Passagem de Rafah a pedido dos palestinos e israelenses”, anunciou a chefe de Política Externa da UE, Kaja Kallas, no X.
O Ministério da Saúde Palestino também confirmou que a Passagem seria aberta no sábado para o primeiro lote de feridos deixar Gaza.
Ele acrescentou que a viagem deles é planejada em colaboração com a Organização Mundial da Saúde.
A Passagem de Rafah, uma rota vital para ajuda humanitária em Gaza, está fechada desde maio de 2024 após a ofensiva terrestre de Israel na cidade de Rafah, no sul.
Em 19 de janeiro, um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros entre o Hamas e Israel entrou em vigor, com duração inicial de 42 dias, durante os quais as negociações continuarão para as fases subsequentes do acordo. O acordo é mediado pelo Egito e Catar, com apoio dos EUA.
A guerra genocida de Israel matou mais de 47.400 palestinos, a maioria mulheres e crianças, e feriu mais de 111.000 desde 7 de outubro de 2023.
O ataque israelense a Gaza deixou mais de 11.000 pessoas desaparecidas, com destruição generalizada e uma crise humanitária que ceifou a vida de muitos idosos e crianças em um dos piores desastres humanitários globais de todos os tempos.
O Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão em novembro para Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.
Israel também enfrenta um caso de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça por sua guerra no enclave.