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Colonos montam novo posto ilegal no Vale do Jordão, cortam fios de energia

7 de fevereiro de 2025, às 10h13

Checkpoint militar israelense perto de Tayasir, na região de Tubas, na Cisjordânia ocupada, em 4 de fevereiro de 2025 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

Colonos ilegais israelenses instalaram um novo posto avançado próximo ao checkpoint militar de Tayasir, na região de Tubas, no norte de Vale do Jordão, confirmou a agência de notícias Wafa.

Conforme o ativista palestino Aref Daraghmeh, colonos instalaram grades e assentaram animais de criação nas terras ocupadas. Há receios de que expropriação das terras para um novo assentamento ilegal.

Em um incidente paralelo, colonos cortaram fios elétricos que forneciam energia a diversas casas palestinas, além de uma escola, na comunidade beduína de Arab Al-Malihat, a noroeste de Jericó, na Cisjordânia ocupada.

Hassan Malihat, supervisor-geral da Organização Al-Baydar de Defesa dos Direitos dos Beduínos, reportou à Wafa que colonos invadiram a comunidade e depredaram redes de energia que atendiam cinco famílias, além do colégio fundamental Al-Kaabneh.

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A comunidade de Al-Malihat vive persistente assédio de colonos da região de Mu’arjat, parte dos esforços israelenses para coagir os palestinos nativos a deixarem suas terras e casas, em nome dos planos de anexação ilegal israelense.

Segundo a Autoridade de Resistência ao Muro e aos Assentamentos, colonos tentaram estabelecer ao menos dez novos postos avançados ilegais em terras palestinos apenas neste ano, sobretudo para atividades pastoris e agrícolas, em áreas produtivas.

Todos os assentamentos e postos avançados israelenses nos territórios palestinos ocupados são ilegais sob a lei internacional.

Estima-se, contudo, em torno 800 mil colonos israelenses na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, em 170 assentamentos e centenas de postos coloniais — ilegais até mesmo sob a lei israelense.

Em julho de 2024, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, reconheceu a ilegalidade da ocupação israelense em terras palestinas, ao instar imediata evacuação de colonos e soldados e reparação aos nativos.

Em setembro, a medida evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, com prazo de um ano para ser implementada.

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