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Hamas liberta três israelenses em nova fase do cessar-fogo em Gaza

Os três prisioneiros — identificados como Or Levy, Eliyahu Sharabi e Ohad Ben Ami — foram rendidos à Cruz Vermelha, na cidade central de Deir al-Balah.

8 de fevereiro de 2025, às 12h21

O grupo de resistência palestina Hamas libertou mais três israelenses neste sábado (8), sob acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros com Israel, de acordo com cobertura da agência de notícias Anadolu.

Os três prisioneiros — identificados como Or Levy, Eliyahu Sharabi e Ohad Ben Ami — foram rendidos à Cruz Vermelha, na cidade central de Deir al-Balah.

Durante a cerimônia organizada pelas Brigadas Izz-ad al-Qassam — braço armado do Hamas — um dos prisioneiros pareceu vestir um uniforme militar israelense, com os outros dois trajando a mesma calça e moletom marrons.

Representantes da Cruz Vermelha assinaram documentos para registrar a libertação dos colonos e então transferi-los à custódia do exército de Israel.

As forças de Israel, de sua parte, confirmaram receber os três reféns da Cruz Vermelha e então levá-los a uma instalação armada aperto da fronteira de Gaza, onde passariam por um checkup médico.

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Durante a cerimônia, os prisioneiros receberam um diploma das forças de resistência. Cartazes liam: “Somos a tempestade, somos o amanhã depois da guerra”.

Sobre o evento, o Hamas destacou em nota: “As cenas grandiosas deste processo e as mensagens da resistência sobre o dia seguinte confirmam que o nosso povo e a nossa resistência permanecem vitoriosas e que o amanhã é um dia palestino por excelência, ao nos deixar mais próximos do retorno, da liberdade e da autodeterminação”.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rechaçou as imagens e prometeu “resposta” — contudo, sem elaborar sobre a natureza desta.

Em troca dos três israelenses, Tel Aviv deve libertar 183 prisioneiros palestinos.

Até então, dezesseis israelenses e cinco operários tailandeses foram libertados sob o acordo de Gaza, em vigor desde 19 de janeiro, contra centenas de palestinos detidos arbitrariamente nas prisões da ocupação.

Muitos dos palestinos liberados exibiram problemas grave de saúde, incluindo perda de peso significativa, ao denunciar política deliberada de fome nas cadeias e campos de concentração de Israel.

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Israel lançou ataques indiscriminados a Gaza a partir de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas e grupos aliados conduziram uma ação transfronteiriça sem precedentes que resultou na captura de colonos e soldados.

O Estado israelense reagiu, no entanto, com punição coletiva, ao deixar 47 mil mortos, 111 mil feridos e dois milhões de desabrigados até o cessar-fogo.

Netanyahu é acusado de ter procrastinado um acordo, às custas dos reféns, em causa própria, sob receios de colapso de seu governo.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TIJ), em Haia, emitiu mandados de prisão contra Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e contra a humanidade conduzidos em Gaza.

O Estado israelense é também réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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