‘Palestinos podem ter um Estado na Arábia Saudita’, diz Netanyahu

1 mês ago

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rechaçou as condições históricas de que se estabeleça um Estado da Palestina em troca da normalização com a Arábia Saudita, ao sugerir ao reino que se receba os palestinos em seu território.

Em entrevista à televisão israelense, destacou o premiê, em nova sugestão de limpeza étnica e transferência à força: “Os sauditas podem criar um Estado palestino na Arábia Saudita. Eles tem bastante terra por lá”.

Segundo Netanyahu, um Estado palestino seria uma “ameaça de segurança a Israel … especialmente após 7 de outubro”, em referência às ações transfronteiriças do grupo Hamas que capturaram colonos e soldados.

“Sabe o que aquilo era?”, alegou Netanyahu. “Aquilo era um Estado palestino [sic]. Se chamava Gaza. Gaza, liderada pelo Hamas, era um Estado palestino [sic] e veja aonde chegamos”.

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Conforme análises, a operação da resistência palestina em 7 de outubro, cuja resposta israelense foi punição coletiva e genocídio, descarrilou negociações para normalização entre Riad e Tel Aviv.

O primeiro-ministro, no entanto, insistiu na aproximação com a monarquia: “Penso que a paz entre Israel e Arábia Saudita não é apenas viável, mas vai acontecer”.

Netanyahu contrapõe as declarações públicas da liderança saudita, incluindo o príncipe herdeiro e governante de facto, Mohammed Bin Salman, de que um Estado palestino é imprescindível para normalizar com Israel.

Na quarta-feira (5), o Ministério de Relações Exteriores da Arábia Saudita reafirmou que sua posição sobre o estabelecimento de um Estado palestino continua “firme e inabalável”, incluindo ao notificar a gestão nos Estados Unidos sobre a postura.

As ações de Israel em Gaza deixaram mais de 47 mortos e 111 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados, até 19 de janeiro de 2025, quando Netanyahu capitulou a um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros.

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Netanyahu é ainda foragido em 120 países, sob mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), deferido em novembro, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos sob suas ordens na Faixa de Gaza.

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