O Supremo Líder do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta quarta-feira (12) que seu país deve investir mais em desenvolvimento militar, incluindo mísseis, em resposta às ameaças recentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
As informações são da agência de notícias Reuters.
Na terça-feira (11), o embaixador iraniano nas Nações Unidas, Amir Saeid Iravani, condenou oficialmente as “declarações irresponsáveis e inflamatórias” de Trump, emitidas em entrevista às redes extremistas Fox News e New York Post.
Na ocasião, Trump sugeriu bombardear o país, ao alegar, no entanto, preferir um acordo para que Teerã abra mão de seu programa nuclear.
“O progresso não deve parar”, reagiu Khamenei durante visita a uma feira militar em Teerã. “Vamos dizer que estabelecemos um limite de precisão para os nossos mísseis, mas este já não basta mais. Então temos de ir adiante”.
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“Hoje, nosso poder de defesa é bem conhecido”, acrescentou. “E nossos inimigos têm medo disso”.
O Irã insiste que seu programa balístico é puramente defensivo e que seu programa nuclear tem fins exclusivamente civis. Todavia, vive ameaças de Israel, sob anuência dos Estados Unidos, sobretudo no contexto do genocídio em Gaza e dos avanços da ocupação a Líbano e Síria.
Na sexta-feira (7), Khamenei chegou a dizer que negociações com Washington “não seriam inteligentes”, diante da postura do governo atual.
Na semana passada, Trump restaurou sua política de “máxima pressão” contra Teerã, incluindo esforços para zerar a exportação de petróleo — apesar de parcerias do país com Rússia e China.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, na segunda-feira, questionou a disposição real da Casa Branca nas negociações, à medida que repetiu as sanções de Trump de 2018, em revogação unilateral do acordo nuclear firmado três anos antes.
Iravani escreveu ainda uma carta ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, ao alertar que a gestão trumpista “reforça medidas ilegais, coercitivas e unilaterais, ao escalar hostilidades contra o Irã”.
Nos últimos meses, em meio às crises regionais oriundas do genocídio israelense em Gaza, Teerã confirmou novas adições a seu arsenal convencional, como seu primeiro drone de carga e uma base naval subterrânea.
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