Após sequestrá-lo em Gaza, Israel tortura dr. Abu Safiya em suas cadeias

1 mês ago

O Ministério da Saúde palestino reiterou apelos pela libertação imediata do dr. Hussam Abu Safiya, diretor do Hospital Kamal Adwan na Faixa de Gaza, junto de todos os outros profissionais médicos sequestrados pelo exército de Israel.

Em nota, a pasta instou organizações internacionais de saúde, humanitárias e de direitos humanos a intervirem com urgência para assegurar a soltura de médicos palestinos em custódia da ocupação.

O comunicado destacou as condições de abuso impostas a Abu Safiya e seus colegas em custódia israelense.

Segundo a agência Wafa, após visitar Abu Safiya na penitenciária de Ofer, nesta terça-feira (11), um advogado do Centro al-Mezam para Direitos Humanos reportou que os prisioneiros palestinos são submetidos a tratamento brutal e opressivo.

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“Durante a visita, o dr. Abu Safiya detalhou as diversas formas de abuso e tortura às quais foi submetido, tanto durante sua prisão ilegal quanto no decorrer de toda sua detenção arbitrária pelas autoridades israelenses”, destacou o Centro al-Mezan em nota.

Ao corroborar as condições do médico, seu filho Ilyas destacou: “Meu pai foi sujeito a maus tratos e tortura pelo exército [israelense], logo nos primeiros dias de sua prisão, mantido em confinamento solitário por 24 dias seguidos. Depois disso, foi transferido ao presídio de Ofer, cela 24, seção 2”.

Abu Safiya — que perdeu cerca de 15 kg em seu breve período em custódia — sofre de inchaço do músculo cardíaco, mas carece de cuidados adequados, apesar de sucessivos pedidos junto à gestão carcerária da ocupação.

De acordo com Ilyas, o pai sofre ainda de hipertensão crônica, também sob negligência médica deliberada. “Eles lhe dão somente uma refeição por dia, que é insuficiente e de péssima qualidade”, acrescentou.

Os relatos revelaram ainda que, durante seu sequestro e extradição ilegal de Gaza, Abu Safiya sofreu revista íntima com as mãos algemadas às costas, obrigado a se sentar sob pedras de cascalho por quase cinco horas.

Soldados israelenses também lhe impuseram choques elétricos e espancamento, sobretudo na região do peito.

Abu Safiya passou 25 dias em Ofer, incluindo dez dias sob interrogatório ininterrupto, durante o qual desmaiou por asfixia.

O Ministério da Saúde palestino condenou veementemente as violações de Israel contra profissionais médicos, ao denunciar violação da lei internacional conforme estabelecido no Segundo Protocolo da Quarta Convenção de Genebra.

Ilyas observou ainda que não há quaisquer acusações formais contra seu pai e que as alegações prévias foram descartadas por falta de provas. Ilyas manifestou esperanças de que pai volte para casa, mas pediu pressão global pela libertação dos prisioneiros políticos palestinos, em particular profissionais de saúde.

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