Um grupo de especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) reiterou apelos nesta quinta-feira (13) para que Israel respeite o acordo de cessar-fogo com o grupo Hezbollah, ao cessar imediatamente demolições de casas e assassinatos de civis que tentam retornar ao sul do Líbano.
“Estamos profundamente preocupados com a continuidade das baixas civis no Líbano”, destacou o grupo em nota. “Dentro de 60 dias de cessar-fogo, ao menos 57 civis foram mortos e 260 propriedades foram destruídas”.
O acordo de cessar-fogo, em vigor desde 27 de novembro, requeria que Israel retirasse suas tropas do sul do Líbano dentro de 60 dias — com prazo, porém, estendido.
Quando expirou o prazo inicial de 26 de janeiro, civis libaneses que tentavam retornar a suas cidades e aldeias encontraram ainda ocupação, incluindo “disparos de soldados israelenses, resultando em 24 mortos e 120 feridos”.
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“Confrontos violentos prosseguiram mesmo após um novo prazo ser estabelecido para 18 de fevereiro, com ao menos dois outros civis mortos e 80 feridos em apenas quatro dias”, acrescentaram os especialistas.
“É ultrajante que o assassinato da população civil e a destruição sistemática de casas, terras produtivas e outras instalações de infraestrutura básica no sul no Líbano tenha continuado durante o cessar-fogo”, enfatizou a nota.
“As ações militares de Israel causaram uma crise humanitária, prorrogada por ataques que impedem soluções duráveis ao deslocamento”, concluíram os peritos das Nações Unidas. “Tais violações da lei humanitária e de direitos humanos internacional devem cessar imediatamente”.
Os especialistas também advertiram contra as restrições de movimento de cidadãos libaneses em seus territórios e instaram que lhes seja permitido, conforme o direito internacional, seu retorno a suas terras.
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