Um cidadão judeu do estado da Flórida, nos Estados Unidos, identificado como extremo apoiador de Israel, abriu fogo contra dois turistas israelenses na noite deste sábado (15), ao disparar ao menos 17 vezes após interpelar seu veículo, ao confundi-los, no entanto, com palestinos.
As vítimas era turistas — pai e filho — visitando a região de Miami Beach. Ambos foram hospitalizados com ferimentos a bala.
O atirador, Mordechai Brafman, de 27 anos, será indiciado por tentativa de homicídio.
Segundo o boletim de ocorrência, Mordechai confessou em custódia: “Eu dirigia minha caminhonete quando vi os palestinos [sic] e atirei para matar os dois”.
Autoridades confirmaram que não havia conexão prévia entre agressor e vítimas. O ataque tampouco foi provocado, segundo o jornal Times of Israel.
A legislação de armas do estado da Flórida permite que residentes portem armas sem sequer treinamento, documentação ou checagem de antecedentes.
Segundo o Departamento de Justiça americano, denúncias de crimes de ódio na Flórida decolaram em cerca de 50% entre 2022 e 2023 — com 161 e 249 incidentes, respectivamente —, com recordes em crimes motivados por discriminação étnica ou religiosa. Outros estados, como Califórnia e Nova York, vivenciaram queda.
Em resposta ao atentado, o ramo estadual do Conselho de Relações Islâmico-Americanas (CAIR) requisitou julgamento por crime de ódio contra Mordechai, ao reiterar o motivo confesso do suspeito.
Segundo Wilfredo Amr Ruiz, em comunicado ao público, “são as ações motivadas por preconceito do atirador, e não a etnia das vítimas, que devem ser um fator determinante nas acusações postas neste caso perturbador”.
Crimes de ódio, conforme a legislação americana, podem incluir equívocos de identidade, como parece ser o caso de Mordechai.