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Economia de Israel cresce apenas 1% em 2024, mantida por gastos militares

18 de fevereiro de 2025, às 09h01

Forças da ocupação israelense em Khan Yunis, na Faixa de Gaza, em 7 de março de 2024 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

A economia de Israel registrou um crescimento ínfimo em 2024, no contexto de sua campanha militar em Gaza que deflagraram uma crise sem precedentes de relações públicas e diplomacia, para além de danos em investimentos e exportação.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Alimentada por um pico nos gastos públicos, sobretudo no setor militar, Israel registrou crescimento de somente 1% em 2024, abaixo de 1.8% em 2023; superando, entretanto, a previsão de seu Banco Central de apenas 0.6%.

Os dados foram corroborados nesta segunda-feira (17) pelo Departamento Central de Estatísticas do regime ocupante.

Oz Shimoni, chefe da divisão de macroeconomia da agência, alegou que nenhum item particular influenciou o crescimento, “mas sim vários elementos, com 1% de aumento somente por conta dos gastos do governo”.

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O crescimento também se restringiu por escassez de mão-de-obra, com dezenas de milhares de cidadãos convocados ao serviço militar obrigatório.

O setor de negócios — que exclui gastos públicos — caiu 0.6%. Em termos per capita, produto interno bruto (PIB) caiu 0.3%.

Em termos comparativos, nos Estados Unidos, o PIB per capita subiu 2.1%, contra 0.6% no Reino Unido e na Itália. O Brasil — dentro do bloco emergente — pode registrar em torno de 3.1% de aumento em 2024, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O baixo crescimento israelense coincide com um salto nas taxas de inflação, a até 3.8% em janeiro, contra 3.2% em dezembro. Conforme o Banco de Israel, a carestia compele ainda a manutenção das altas taxas de juros.

Em 2024, os gastos do governo decolaram 13.7%. Consumidores vivenciaram aumento nos gastos de 3.9%. Em contrapartida, investimentos em recursos fixos caíram em 5.9% e exportações em até 5.6%.

Para 2025 e 2026, o Banco de Israel estima recuperação, com crescimento de 4% e 4.5% respectivamente. Incidentes domésticos e regionais, entretanto, para além de sanções e boicotes internacionais, podem alterar a previsão.

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