Israel lançou um edital para quase mil novas unidades residenciais a colonos ilegais na Cisjordânia ocupada, confirmou uma reportagem do jornal Times of Israel.
Conforme o grupo de direitos humanos Peace Now, as 974 casas planejadas para uso exclusivamente judaico devem expandir em 40% o assentamento ilegal de Efrat, com intuito de restringir ainda mais o crescimento da comunidade palestina de Belém, na Cisjordânia.
O projeto, deferido em 2024, deve ampliar a área do assentamento em 160 acres, com uma expansão da planta em torno de 10%.
Hagit Ofran, chefe da seção de monitoramento dos assentamentos ilegais da Peace Now, destacou que as obras devem começar logo após a contratação e emissão dos alvarás, processo que deve levar em torno de um ano.
A Peace Now acusou ainda o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de acelerar a expansão dos assentamentos ilegais enquanto cidadãos israelenses ainda são mantidos em Gaza, ao potencialmente minar o acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros.
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“Enquanto a população se atenta à soltura dos reféns e ao fim da guerra, Netanyahu opera com esteroides para impor fatos em campo que devem destruir as chances de paz e meio-termo junto aos palestinos”, observou a ong.
Estima-se 800 mil colonos ilegais israelenses em 170 assentamentos, além de postos avançados, na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas.
Todos os assentamentos nos territórios ocupados são ilegais sob a lei internacional, como corroborado por decisão do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) emitida em julho, para evacuação imediata de soldados e colonos e reparação aos nativos.
Em setembro, a medida avançou a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, com maioria absoluta dos votos e prazo de um ano para ser implementada.
A expansão dos assentamentos e ataques coloniais — incluindo reiterados pogroms contra as comunidades palestinas — se agravaram no novo mandato de Netanyahu, desde dezembro de 2022, sobretudo no contexto do genocídio em Gaza.
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