Uma fonte diplomática do Egito alegou que o plano do regime do presidente e general Abdel Fattah el-Sisi de reconstruir a Faixa de Gaza ostenta indicativos claros da rejeição do Cairo a qualquer tipo de deslocamento que possa impor a presença de uma demografia palestina sobre a província do Sinai.
O governo egípcio crê, segundo as informações, que a situação de segurança no Sinai, entre o Mar Vermelho e Mar Mediterrâneo, e às margens do Canal de Suez, não pode sofrer “riscos logísticos”, incluindo ao receber um grande número de palestinos.
Segundo fontes em Washington, o Cairo emitiu um informe abrangente por escrito ao secretário de Estado, Marco Rubio, com uma explanação detalhada sobre as razões de segurança que requerem do establishment militar egípcio rejeição à proposta do presidente Donald Trump.
O dossiê tem como base riscos de fluxo demográfico mediante deslocamento dos palestinos, sobretudo em termos de segurança marítima e constituição social das tribos beduínas do Sinai — simpáticas à causa palestina e, por inferência, ao movimento de resistência Hamas.
O exército egípcio encaminhou também mensagens detalhadas ao lado israelense, em oposição à proposta, salvo receber grupos de palestinos por razões humanitárias e em caráter exclusivamente provisório.
O 3º Comando de Campo do Egito — responsável pelo Sinai e pela fronteira com Gaza — promulgou na última quarta-feira (12) alerta máximo na região, como sinal adverso ao plano de Trump e eventuais medidas de Israel neste sentido.
Conforme relatos, neste entremeio, veículos blindados egípcios adentraram em zonas desmilitarizadas do Sinai, na fronteira com Israel.
Gaza permanece por ora sob acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros, desde 19 de janeiro, firmado entre Israel e Hamas, após 470 dias de genocídio que deixou ao menos 160 mil mortos e feridos e dois milhões de desabrigados.
Israel, no entanto, mantém violações cotidianas do acordo, que superam os dois dígitos em precisamente um mês.
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