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Reino Unido nega pedido de assistência de mais de dois mil comandos afegãos

19 de fevereiro de 2025, às 16h16

Forças Especiais do Catar e Reino Unido conduzem exercício naval em Doha, em 28 de fevereiro de 2028 [Ministério da Defesa do Catar/Divulgação/Agência Anadolu]

O Reino Unido admitiu pela primeira vez que suas Forças Especiais indeferiram pedidos de reassentamento e assistência de 2.022 comandos afegãos que combateram ao lado da ocupação ocidental em seu país por duas décadas.

Segundo reportagem da BBC, o Ministério da Defesa confirmou a negativa, apesar dos oficiais da pasta citaram evidências “críveis” de que os oficiais afegãos haviam operado em unidades coligadas a tropas britânicas.

A admissão surgiu em audiências judiciais de fevereiro, que resultaram de um recurso legal contra as Forças Especiais registrado por um dos ex-comandos, radicado, por ora, no Reino Unido.

O ministério, porém, havia negado a política, ao alegar reavaliar casos no último ano. O governo trabalhista de Keir Starmer prometeu concluir as análises em 12 semanas; no entanto, se passou mais de um ano.

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As razões exatas para as negativas permanecem incertas, embora se especule intenção de dissuadir ex-oficiais colaboracionistas a delatar crimes de guerra perpetrados pelas Forças Especiais britânicas no Afeganistão — pauta sob investigação.

Para Mike Martin, deputado e veterano no Afeganistão, “parece que as Forças Especiais bloquearam os pedidos porque os indivíduos em questão eram testemunhas de crimes de guerra sob inquérito afegão”.

O deputado conservador Johnny Mercer, também veterano, citou alegações “horríveis” de assassinatos conduzidos pelo Reino Unido, ao indicar “claro conjunto de evidências, presentes na comunidade afegã, que podem contribuir às investigações”.