A Associação de Estudantes Muçulmanos da França (EMF) condenou um recente projeto de lei para banir o uso de véus islâmicos (hijab) nas competições esportivas, ao descrever a proposta como “racista, islamofóbica e sexista”.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Em postagem no Twitter (X), nesta quarta-feira (19), a organização discente reiterou que a lei é excludente, ao restringir o acesso de muçulmanos a espaços e eventos de natureza pública.
“Sob o pretexto de defender a ordem pública, esta lei efetivamente cria cidadãos de segunda classe”, destacou a associação em nota.
A EMF acusou os proponentes de “fabricarem um problema” referente ao Islã, com base em alegações vagas e marginais. Segundo o alerta, medidas como essa devem minar os princípios e valores nacionais de igualdade.
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A declaração notou ainda o que descreveu como incisivo escrutínio político dos corpos das mulheres muçulmanas, ao ressaltar a proibição de hijab e abayas nos colégios, em 2004 e 2023, respectivamente, e advertir contra o uso do esporte como uma arena de discriminação.
A associação destacou que a lei é parte de uma política abrangente de vigilância contra cidadãos muçulmanos e pediu oposição firme e imediata.
Na terça-feira (18), o Senado francês avançou na tramitação da medida, ao levar a proposta à Assembleia Nacional, câmara baixa do legislativo.
A Anistia Internacional rechaçou a medida: “Esta proibição é discriminatória e viola os direitos humanos. Todas as mulheres têm direito de escolher o que vestir. A proibição do hijab na França é mais uma medida embasada na islamofobia e na ideia patriarcal de que devemos controlar o que vestem as mulheres muçulmanas”.
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