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Vencedor nas eleições, Merz convida Netanyahu a Berlim a despeito de Haia

25 de fevereiro de 2025, às 13h00

Líder da oposição alemã Friedrich Merz, na sede de seu partido, União Democrata-Cristã (CDU), em Berlim, em 23 de fevereiro de 2025 [Halil Sağırkaya/Agência Anadolu]

Friedrich Merz, líder da oposição e provável substituto de Olaf Schölz como primeiro-ministro (chanceler) da Alemanha, prometeu nesta segunda-feira (24) “encontrar um jeito” de permitir a visita do premiê de Israel Benjamin Netanyahu ao país, apesar do mandado de prisão deferido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

Sua declaração se deu apenas um dia após sua facção ultraconservadora, conhecida como Partidos da União (CDU/CSU) vencer as eleições gerais de domingo (23).

“Eu disse [a Netanyahu] que devemos nos ver em breve, após se formar meu governo”, insistiu Merz, apesar de análises indicarem dificuldades de sua coligação para compor maioria. “Caso cheguemos a isso, eu me comprometo pessoalmente em encontrar um jeito para que ele possa nos visitar e ir embora sem ser preso”.

“Penso que é realmente absurdo a ideia de que o primeiro-ministro de Israel não possa visitar a República Federal da Alemanha”, insistiu Merz. “Ele certamente poderá visitar nosso país”.

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O gabinete de Netanyahu disse previamente ter recebido um convite de Merz para que o premiê israelense “realize uma visita de Estado à Alemanha, em desafio à deplorável decisão de Haia para rotular Netanyahu como criminoso de guerra”.

No domingo, Netanyahu parabenizou a vitória parcial de Merz, por telefonema.

O bloco de Merz, com 208 assentos, no entanto, pode recorrer ao segundo colocado, a Alternativa para a Alemanha (AfD), de ultradireita, incluindo simpatizantes neonazistas, para conquistar maioria. A AfD tem apoio de Tel Aviv e membros da gestão dos Estados Unidos de Donald Trump.

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