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Chefe da Liga Árabe descreve ataques de Israel à Síria como ‘provocação’

26 de fevereiro de 2025, às 13h40

Ahmed Aboul Gheit, secretário-geral da Liga Árabe [Celal Günes/Agência Anadolu]

Ahmed Aboul Gheit, secretário-geral da Liga Árabe, rechaçou nesta quarta-feira (26) os ataques aéreos israelenses à Síria como uma “escalada provocatória”, ao alertar que Tel Aviv busca explorar a transição no país para impor uma “realidade ilegal e ilegítima”.

Em nota, Aboul Gheit descreveu os ataques contra al-Kiswah, no interior de Damasco, e Izraa, em Daraa, no sul do país, na noite desta terça-feira (25), como “uma imprudente escalada provocatória que busca tomar vantagem da transição síria”.

“A ocupação israelense de qualquer terra da Síria é uma violação da lei internacional”, reafirmou, ao pedir aos países estrangeiros que adotem uma posição clara contra “essa agressão injustificada, que pretende incendiar tensões regionais e obstruir o processo de transição política na Síria”.

Aboul Gheit reiterou a “solidariedade” da Liga Árabe para com a Síria, diante das ações hostis de Israel, incluindo “tentativas escandalosas de semear a discórdia”.

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O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, confirmou a ofensiva, ao ameaçar o exército sírio: “Qualquer um que tente se estabelecer na zona de segurança [sic], no sul da Síria, encontrará fogo”.

No domingo (23), o premiê israelense Benjamin Netanyahu — foragido em 120 países sob mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), por seus crimes em Gaza — pediu a “desmilitarização” do sul da Síria, especificamente do lado árabe, ao afirmar que as tropas sionistas permanecerão no território “indefinidamente”.

Imediatamente após o colapso do regime de Bashar al-Assad, em dezembro, o exército israelense expandiu sua ocupação das colinas sírias de Golã à zona neutra acordada em 1974. Tel Aviv também intensificou bombardeios contra posições no país.

Os recentes avanços de Israel nas colinas ocupadas de Golã e além são alvo de repúdio internacional, incluindo Nações Unidas e países árabes.

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