O líder da oposição israelense, Yair Lapid, propôs nesta terça-feira (25) que o Egito assuma o controle administrativo da Faixa de Gaza por 15 anos em troca de redução da dívida externa do país norte-africano.
O governo no Cairo não comentou a oferta.
Lapid aventou a ideia em discurso realizado à chamada Fundação em Defesa das Democracias (FDD), think tank radicado na cidade de Washington.
“Recentemente, apresentei um plano a Washington para o pós-guerra em Gaza”, afirmou o ex-premiê, cuja coalizão anti-Netanyahu desabou em 2021. “No centro deste plano: o Egito assumiria responsabilidade por Gaza por até 15 anos, em troca do cancelamento de US$115 bilhões em dívida externa pela comunidade internacional”.
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Para Lapid, após quase um ano e meio de combates em Gaza, o mundo parece surpreso sobre o fato de que o movimento de resistência Hamas mantém seu controle sobre o enclave.
“Ninguém no atual governo israelense jamais apresentou uma alternativa realista”, destacou o político israelense. “Por razões políticas — e também religiosas — a gestão de Netanyahu fracassou em tomar medidas que abrissem espaço a um governo eficiente em Gaza, capaz de expulsar de si as fileiras do Hamas”.
Lapid é considerado centrista em Israel — país cujo espectro político tende ao colonialismo, supremacismo e extrema-direita.
Apesar de ser visto como uma opção moderada a Netanyahu, o opositor já fez declarações de incitação ao genocídio em Gaza, como ao dizer “boa viagem” sobre as mortes civis no enclave ao longo da campanha, em entrevista à Sky News.
Gaza, neste entremeio, permanece destruída, após 470 dias ataques indiscriminados de Israel, com 48 mil mortos e dois milhões de desabrigados.
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