O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou nesta quarta-feira (26) um vídeo gerado por inteligência artificial (AI) retratando sua visão de futuro para Gaza, de modo a excluir os palestinos nativos e ostentar cassinos e mesmo uma estátua de ouro do incumbente americano.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
O vídeo de 33 segundos de duração, compartilhado na rede social de Trump, conhecida como Truth, abre com uma imagem de Gaza em ruínas — causadas pelos 15 meses de genocídio israelense —, com a inscrição “Gaza 2025” em verde, seguida por “E agora?”, em vermelho, branco e azul.
O vídeo mostra arranha-céus característicos dos empreendimentos de Trump — muitos deles falidos ou sob numerosos processos judiciais — e crianças em meio a uma chuva de dólares.
No vídeo, o bilionário Elon Musk come hummus em uma praia turística e um menino é visto com um balão dourado com o rosto de Trump. O próprio presidente é retratado dançando em uma boate, enquanto a entrada de um arranha-céu lê a inscrição “Trump Gaza”. Nas ruas do enclave, se apresenta ainda uma estátua dourada de Trump.
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu — foragido em mais de 120 países, sob mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) — é retratado ao lado de Trump, bebendo à beira de uma piscina.
O vídeo apresenta ainda uma canção, com a sugestiva letra: “Donald está vindo para te libertar, para trazer a luz para que todos vejam. Chega de túneis. Chega de medo. Gaza de Trump chegou! A Gaza de Trump brilha, um futuro dourado, banquetes e dança. O acordo está feito. A Gaza de Trump, número um!”
Trump, desde sua posse em janeiro, insiste em “assumir controle” de Gaza, destruída pelo genocídio israelense, na tentativa de expulsar a população palestina a Jordânia e Egito, a fim de instaurar um investimento de gentrificação imobiliária que caracterizou como a “Riviera do Oriente Médio”.
A ideia supremacista de Trump foi veementemente rechaçada por países árabes e pela comunidade internacional, incluindo aliados como França, Reino Unido e Alemanha. De acordo com analistas e ativistas de direitos humanos, o plano configura limpeza étnica.
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