O plano e objetivo de Israel são concluir o deslocamento em massa e a transferência compulsório dos palestinos nativos de suas terras ancestrais, conforme a Nakba, ou “catástrofe”, deflagrada em maio de 1948, alertou nesta quarta-feira (26) Mustafa al-Barghouti, secretário-geral da Iniciativa Nacional Palestina.
Conforme Barghouti, as recentes violações de Israel na Cisjordânia ocupada são uma extensão da “guerra genocida” em Gaza e “parte do plano israelense para deslocar à força o povo palestino”.
“A ocupação está tentando despovoar os campos de refugiados da Cisjordânia, a fim de desmantelá-los como símbolos da resistência e resiliência nacionais”, argumentou Barghouthi, ao notar apoio ao projeto, incluindo anexação ilegal da Cisjordânia, pela atual gestão dos Estados Unidos de Donald Trump.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse Barghouti, deseja liquidar a existência palestina na região e reincidir nas ações terroristas da Nakba, quando 800 mil pessoas foram deslocadas e 500 aldeias e cidades foram destruídas — porém, em maior escala.
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Segundo Barghouti, a atual fase da ocupação israelense representa uma transição da segregação racial, ou apartheid, a limpeza étnica.
“A guerra sionista, na verdade, não acabou”, destacou Barghouti. “A ocupação avança com seus tanques e seus maquinários, de Gaza à Cisjordânia, para executar o mesmo projeto de devastação e deslocamento”.
“A ocupação deve apenas mudar de método em Gaza, se não pela aniquilação direta, de volta ao cerco, ao barganhar migalhas para sua reconstrução”, acrescentou.
Gaza permanece destruída após 470 dias de genocídio israelense, com 48 mil mortos e dois milhões de desabrigados. Israel, entretanto, não conseguiu atingir seu objetivo de transferir a população de Gaza ao deserto do Sinai.
Na Cisjordânia, contudo, no contexto do atual cessar-fogo, mediante acordo, Tel Aviv intensificou ataques militares contra cidades e campos de refugiados, especialmente em Jenin, Tulkarm e região.
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