O presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, que acumula funções de comandante-chefe das Forças Armadas e ministro da Defesa do país, chefiou nesta quinta-feira (27) um encontro do Supremo Conselho de Segurança, reportou a rede DPA.
Fotos publicadas pela presidência argelina no Facebook registraram a cúpula, incluindo o chefe do Estado-maior do exército e os ministros do Interior e de Relações Exteriores. Também presentes estavam os chefes de inteligência interna e externa, dentre outros oficiais de alto escalão.
Detalhes sobre o encontro não foram divulgados.
A convocatória, contudo, deu-se em meio a uma escalada sem precedentes de tensões entre França e Argélia.
Na quarta-feira (26), o primeiro-ministro da França, François Bayrou, anunciou que seu governo deve reexaminar o pacto de migração de 1968 que, historicamente, facilitou a residência de argelinos na antiga metrópole.
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A capitulação de Bayrou sucede meses de campanha do ministro do Interior e político linha-dura anti-imigração, Bruno Retailleau, por medidas de fechamento de fronteiras, ao acusar a Argélia de “humilhar” o povo francês.
Em nota divulgada nesta quinta, o Ministério de Relações Exteriores da Argélia reiterou a aplicação rigorosa e imediata do princípio de reciprocidade sobre todas as restrições de movimento impostas por Paris.
A chancelaria destacou ainda “rejeitar categoricamente qualquer forma de ultimato ou ameaças”. No entanto, destacou compromisso em manter o quadro legal internacional, sem distorcê-lo para fins políticos, conforme os objetivos em comum.
A pasta advertiu contra discursos de ódio da extrema-direita francesa, que tomam por refém as relações franco-argelinas, a fim de explorá-las em benefício próprio.
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