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Gaza matricula cem mil estudantes para o novo ano letivo, reporta ONU

28 de fevereiro de 2025, às 11h20

Estudantes realizam exames de admissão no Colégio de Mascate, para retomada das aulas do ensino médio, após 15 meses de genocídio, no campo de refugiados de Nuseirat, em Deir al-Balah, na Faixa de Gaza, em 19 de fevereiro de 2025 [Doaa Albaz/Agência Anadolu]

A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou nesta quinta-feira (27) que mais de cem mil estudantes se matricularam nos colégios de Gaza para o novo ano letivo, com início em 23 de fevereiro.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, reportou os números — parciais, até quarta-feira (26) — em coletiva de imprensa. “Até então, cento e sessenta e cinco escolas reabriram as portas na Faixa de Gaza. Para muitos estudantes, esta é a primeira vez que voltam às salas de aula em 16 meses”, reiterou.

Os bombardeios israelenses no período deixaram cerca de 85% das escolas inoperantes — parcial ou totalmente destruídas —, segundo estimativas oficiais palestinas.

O Gabinete de Imprensa do governo em Gaza notou que ao menos 12.800 estudantes e 800 professores e trabalhadores docentes foram mortos por Israel, sob a destruição de 1.166 estabelecimentos de ensino desde outubro de 2023.

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Os prejuízos ao setor da educação orbitam em torno de US$2 bilhões.

Dujarric ressaltou ainda que a situação na Cisjordânia é “profundamente alarmante” e que “forças israelenses mantêm operações em Jenin, Tulkarm e Tubas, levando a baixas e deslocamento, ao obstruir o acesso a saúde, água, energia elétrica e outros serviços críticos”.

“A lei internacional deve ser respeitada e todos os civis devem ser protegidos”, insistiu Dujarric, ao mencionar alertas do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

Gaza permanece destruída após 470 dias de genocídio, sob frágil cessar-fogo desde 19 de janeiro. Estima-se 48.300 mortos e dois milhões de desabrigados pela campanha de Israel. Entre as fatalidades, cerca de 18 mil são crianças.

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