A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou nesta quinta-feira (27) que mais de cem mil estudantes se matricularam nos colégios de Gaza para o novo ano letivo, com início em 23 de fevereiro.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, reportou os números — parciais, até quarta-feira (26) — em coletiva de imprensa. “Até então, cento e sessenta e cinco escolas reabriram as portas na Faixa de Gaza. Para muitos estudantes, esta é a primeira vez que voltam às salas de aula em 16 meses”, reiterou.
Os bombardeios israelenses no período deixaram cerca de 85% das escolas inoperantes — parcial ou totalmente destruídas —, segundo estimativas oficiais palestinas.
O Gabinete de Imprensa do governo em Gaza notou que ao menos 12.800 estudantes e 800 professores e trabalhadores docentes foram mortos por Israel, sob a destruição de 1.166 estabelecimentos de ensino desde outubro de 2023.
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Os prejuízos ao setor da educação orbitam em torno de US$2 bilhões.
Dujarric ressaltou ainda que a situação na Cisjordânia é “profundamente alarmante” e que “forças israelenses mantêm operações em Jenin, Tulkarm e Tubas, levando a baixas e deslocamento, ao obstruir o acesso a saúde, água, energia elétrica e outros serviços críticos”.
“A lei internacional deve ser respeitada e todos os civis devem ser protegidos”, insistiu Dujarric, ao mencionar alertas do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
Gaza permanece destruída após 470 dias de genocídio, sob frágil cessar-fogo desde 19 de janeiro. Estima-se 48.300 mortos e dois milhões de desabrigados pela campanha de Israel. Entre as fatalidades, cerca de 18 mil são crianças.