Uma recente campanha de vacinação contra a poliomielite na Faixa de Gaza alcançou ao menos 602.795 crianças nos últimos cinco dias, confirmou nesta quinta-feira (27) o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus.
Segundo Ghebreyesus, o cessar-fogo, em curso desde 19 de janeiro, via acordo entre Israel e o grupo palestino Hamas, permitiu que crianças que haviam perdido a campanha prévia recebessem uma dose do imunizante.
O oficial das Nações Unidas reiterou que erradicar a pólio depende de garantir que todas as crianças de Gaza recebem a imunização completa, para além de seus direitos ao acesso a água limpa, higiene e nutrição adequada.
Ghebreyesus destacou, porém, que o único tratamento de que as crianças de Gaza realmente precisam é uma “paz duradoura”.
A bem-sucedida campanha de vacinação contra a pólio ocorreu por meio de uma colaboração entre o Ministério da Saúde de Gaza, a OMS, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).
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O Ministério da Saúde lançou a campanha no sábado (22), ao citar apreensões sobre o ressurgimento da pólio após encontrar traços do vírus em sistemas de esgoto, destruídos pelos bombardeios indiscriminados de Israel.
O poliovírus foi detectado em esgotos a céu aberto de Gaza no fim de julho de 2024, quando Israel assumiu medidas para vacinar suas tropas.
Duas rodadas de imunização, em setembro e outubro, alcançaram 95% da meta, no entanto, com restrições de acesso a áreas ao norte, sobretudo Jabalia, Beit Lahiya e Beit Hanoun, deixando sete mil crianças não vacinadas.
Em agosto, um bebê de dez meses foi identificado como o primeiro caso sintomático de poliomielite em Gaza em mais de 25 anos.