Rússia defende soberania da Síria frente violações de Israel, mas hesita sobre Trump

Maria Zakharova, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, ressaltou a repórteres, nesta quinta-feira (27), que as ações de Israel nas colinas ocupadas de Golã violam os termos do acordo firmado com a Síria em 1974, sobretudo no que concerne separação das forças.

Zakharova reafirmou a postura do Kremlin sobre a Síria, apesar da mudança de regime, após a queda da ditadura aliada de Bashar al-Assad. Conforme a porta-voz, mantém-se fundamental respeitar a soberania, união e integridade territorial do país.

Zakharova instou todos os países a agirem com responsabilidade, ao aderir de maneira rigorosa à lei internacional e evitar medidas que escalem ainda mais tensões na região. “Isso se aplica a Israel”, destacou a oficial russa.

“Naturalmente, os ataques da Força Aérea de Israel tanto a alvos civis quanto militares na Síria causam profunda preocupação”, reafirmou. “Tais ações hostis não contribuem para a estabilidade, mas sim exacerbam condições já críticas no país”.

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Sobre Gaza, Zakharova mencionou desafios correntes na entrega de assistência e pediu respeito aos acordos firmados entre Israel e o movimento palestino Hamas, por cessar-fogo e troca de prisioneiros, em vigor desde 19 de janeiro.

Sobre a recente insistência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no intuito de deslocar à força os palestinos de Gaza e erguer no enclave uma “Riviera do Oriente Médio”, Zakharova enfatizou a importância de medidas que melhorem, e não piorem, a situação.

“Essa é a postura hoje da Casa Branca: às vezes, provocatória, outras ultrajante”, disse a porta-voz. “Veremos para onde isso nos levará e qual será seu impacto. Gostaríamos de ver uma melhora na situação”.

Zakharova alegou ser “cedo demais” para tomar conclusões sobre a política externa de Trump, empossado em janeiro. Trump é considerado próximo, no entanto, de Vladimir Putin, presidente da Rússia, e tem tomado posicionamentos pró-Moscou sobre a crise na Ucrânia, onde a guerra segue há quase três anos.

“Vamos deixar mais tempo passar antes de tomar conclusões”, insistiu Zakharova. “São apenas dois meses de poder da nova gestão americana. Vamos esperar um pouco mais para comentar em detalhes. De todo modo, é claro, os palestinos devem ter voz nesses desenvolvimentos”.

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