Apesar da imensa destruição de Gaza e das ruas e prédios devastados, agora em ruínas, os palestinos tentam voltar a suas vidas, ao reiterar a recusa em se renderem aos esforços de Israel para expulsá-los de suas terras.
Lojas com paredes e fachadas repletas de rachaduras não hesitaram em abrir suas portas; cafés se encheram novamente de clientes; táxis regressaram às ruas cujo asfalto foi feito em pedaços pelos bombardeios; e agentes públicos, incluindo policiais, retornaram à ativa, para administrar o tráfego nas vias e estradas deixadas em ruínas.
Nas ruas da Cidade de Gaza, um vendedor de falafel permanece de pé entre os destroços de sua loja, preparando sanduíches a seus concidadãos; uma renomada confeitaria expõe alguns de seus produtos no que restou de suas vitrines, desafiando até mesmo a escassez de matéria-prima. O sorvete — um marco tradicional no verão de Gaza — voltou às mãos das crianças, para acalentar seus corações, sobretudo aquelas que cresceram entre os estrondos dos bombardeios.
Gaza diz ao mundo: “Viveremos apesar da dor; reconstruiremos nossas vidas apesar da destruição”.
Por meio de sua destruição sistemática e indiscriminada deste enclave mediterrâneo, as forças da ocupação israelense buscaram transformar Gaza em uma terra inabitável. Os palestinos de Gaza, entretanto, permanecem apegados não apenas à vida como a sua terra.
Entre tamanha destruição, crianças podem ser vistas brincando e trabalhadores reorganizam seus bens e seus meios de subsistência. Esta é uma lição de resiliência e determinação como nenhuma outra, daquilo que o povo de Gaza, hoje, após os 15 meses de genocídio perpetrado por Israel, representa não apenas aos palestinos, mas a todo o mundo: a vida é mais forte do que a morte.
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