A África do Sul voltou a denunciar Israel, nesta quarta-feira (5), por “impedir a entrada de alimentos em Gaza, como continuação do uso de fome como arma de guerra, como parte da campanha ainda em curso que o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) julgou plausível de genocídio”.
Gaza vivenciou um breve aumento no volume de insumos humanitários desde janeiro, quando entrou em vigor o frágil acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros. Israel, no entanto, anunciou no domingo (2) a suspensão das remessas a fim de coagir o Hamas a aceitar seus termos para extensão da trégua.
Segundo o Ministério de Relações Exteriores da África do Sul, “o povo de Gaza vivencia hoje sofrimento incomensurável e demanda urgente por comida, abrigo e insumos de saúde”. A pasta reiterou apelos por responsabilização internacional de Israel.
Israel diz desejar estender a primeira fase do cessar-fogo até meados de abril, a fim de resgatar os prisioneiros de guerra ainda em custódia da resistência em Gaza. Contudo, nega-se a quaisquer garantias para um cessar-fogo permanente, uma vez que terminem as trocas.
Em dezembro de 2023, a África do Sul denunciou Israel à corte em Haia, ao notar que a campanha em Gaza — em curso desde outubro daquele ano — viola a Convenção para Prevenção e Punição do Crime de Genocídio de 1948. Em janeiro de 2024, o painel pré-julgamento da corte deferiu a denúncia, levando Israel ao banco dos réus.
Outros países aderiram ao processo de Pretória desde então, dentre os quais, Espanha, Bolívia, Colômbia, Chile, México, Turquia e Líbia.
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