Casa Branca se opõe a plano árabe para reconstrução de Gaza

2 meses ago

A Casa Branca expressou nesta quarta-feira (5) sua oposição à recente proposta de uma cúpula árabe no Cairo para reconstruir Gaza, sem deslocar os palestinos, ao insistir que a medida não aborda a “realidade” do enclave destruído por 15 meses de bombardeios indiscriminados de Israel.

O plano de US$53 bilhões serve de alternativa à persistente agenda do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em transferir compulsoriamente os palestinos de Gaza, para dar espaço a uma “Riviera do Oriente Médio”, com cassinos e hotéis no modelo de negócios trumpista.

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Para Brian Hughes, porta-voz da Casa Branca, “a proposta atual não aborda a realidade de que Gaza é hoje inabitável e que os residentes não podem viver humanamente em um território coberto de destroços e explosivos não-detonados”.

“O presidente Trump ainda defende sua visão de reconstruir Gaza livre do Hamas [sic]”, acrescentou Hughes. “Esperamos novas conversas para levar paz e prosperidade [sic] a toda a região”.

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A cúpula de emergência da Liga Árabe, na capital egípcia, aprovou seu plano bilionário de reconstrução na terça-feira (2), ao notar a atribuição de um comitê legal árabe para reconhecer o deslocamento dos palestinos como crime de genocídio.

A cúpula pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, no entanto, a formação de uma missão de paz a ser enviada a Cisjordânia e Gaza, a fim de apoiar um horizonte político para “construção de um Estado palestino”.

O projeto de expropriação e gentrificação de Trump foi rechaçado por países árabes e mesmo por aliados ocidentais, denunciado como limpeza étnica.

Israel dizimou Gaza ao longo de 15 meses, com 48.450 mortos, quase 112 mil feridos e dois milhões de desabrigados. As ações israelenses são crime de punição coletiva, lesa-humanidade e genocídio.

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