Primeira vez em anos: Israel demole casas em Jerusalém durante o Ramadã

Tratores israelenses no bairro de Manshiyya, no campo de refugiados de Nur Shams, na região de Tulkarm, no norte da Cisjordânia ocupada, em 1º de março de 2025 [Nedal Eshtayah/Agência Anadolu]

Israel demoliu diversas casas palestinas em Jerusalém Oriental ocupada durante o mês islâmico do Ramadã, a primeira de tal medida neste período em muitos anos, reportou nesta quinta-feira (5) a organização israelense Ir Amim.

Conforme a denúncia, quatro prédios residenciais foram demolidos em Jerusalém logo na primeira semana do Ramadã.

“Por muitos anos, Israel se absteve de tais demolições [em Jerusalém Oriental] durante o Ramadã, devido à sensibilidade religiosa”, observou a nota.

As demolições ocorreram em Beit Hanina, no norte de Jerusalém, e Issawiya, na região nordeste da cidade ocupada.

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“Pela primeira vez, Israel está violando sua prática de longa data ao demolir residências até mesmo durante o Ramadã — mês sagrado para milhões de muçulmanos em todo o mundo”, reiterou Avi Tatarsky, pesquisador da Ir Amim.

Segundo a organização, houve aumento de 14% nas demolições de casas por Israel, em Jerusalém ocupada, dentre 2023 e 2024. Até então, ao menos 46 estruturas palestinas foram demolidas em Jerusalém Oriental desde janeiro.

“Em vez de demolições brutais, é hora de desenvolver planos-diretores que permitam a famílias palestinas obterem seus alvarás de construção legal”, observou a nota.

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Autoridades da ocupação israelense utilizam a falta de tais alvarás como pretexto para condução de demolições em massa. Palestinos alertam que tais medidas tem intuito de expulsá-los de suas terras ancestrais para dar lugar a colonos judeus.

Israel ocupou ilegalmente Jerusalém em 1967, junto da Cisjordânia, Faixa de Gaza e as colinas sírias de Golã. Em 1980, anexou toda a cidade, medida jamais reconhecida pela comunidade internacional.

Em julho último, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, admitiu, em decisão histórica, a ilegalidade da ocupação israelense nos territórios de 1967, ao reivindicar a imediata evacuação de colonos e soldados e reparação aos nativos.

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