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Governo dos EUA corta US$ 400 milhões da Universidade de Columbia por protestos pró-Palestina

10 de março de 2025, às 07h41

Manifestantes estudantis pró-Palestina na segunda semana do “Acampamento de Solidariedade a Gaza” na Universidade de Columbia em Nova York, Estados Unidos, em 26 de abril de 2024 [Fatih Aktaş/ Agência Anadolu]

O governo dos Estados Unidos cancelou US$ 400 milhões em bolsas e contratos para a Universidade de Columbia, por causa dos protestos pró-Palestina realizados por estudantes no ano passado.

Em uma declaração conjunta na sexta-feira pelos departamentos de justiça, educação e saúde e serviços humanos dos EUA, anunciou que a administração do presidente Donald Trump cancelou cerca de US$ 400 milhões em bolsas e contratos para a Universidade de Columbia, sem especificar quais são implementados nas medidas.

A medida vem em resposta aos protestos pró-palestinos dos estudantes contra a ofensiva genocida de Israel na Faixa de Gaza no último ano e meio, com manifestações e acampamentos se espalhando por universidades nos EUA e outras nações ocidentais, exigindo que suas instituições parem de investir em empresas que apoiam a ofensiva de Israel e sua ocupação militar de territórios palestinos.

Muitos em todo o espectro político americano e particularmente neste segundo governo Trump, no entanto, têm consistentemente acusado esses manifestantes de propagar o antissemitismo e têm pedido uma repressão mais dura a esses estudantes e às universidades envolvidas. Columbia tem estado na vanguarda daqueles dentro dos EUA, notoriamente atraindo atenção significativa da mídia negativa.

Na declaração anunciando o corte de financiamento, o chefe da força-tarefa antissemitismo do Departamento de Justiça, Leo Terrell, chamou a medida de “nosso sinal mais forte até agora de que o Governo Federal não fará parte de uma instituição educacional como Columbia que não protege estudantes e funcionários judeus”.

Em resposta à decisão da administração Trump, uma porta-voz da Universidade de Columbia, Samantha Slater, declarou que sua equipe “se compromete a trabalhar com o governo federal para restaurar o financiamento federal da Columbia”. Ela insistiu que “Levamos as obrigações legais da Columbia a sério e entendemos o quão sério é este anúncio e estamos comprometidos em combater o antissemitismo e garantir a segurança e o bem-estar de nossos alunos, professores e funcionários”.

Muitos criticaram o corte de financiamento como uma repressão à liberdade de expressão, com até mesmo alguns grupos pró-Israel condenando a medida. Um exemplo, de acordo com a agência de notícias Reuters, é o grupo de defesa pró-Israel J Street, que expressou sua crença de que o corte apenas atrapalharia os esforços para resolver a suposta presença de antissemitismo no campus da Columbia.

“Esta decisão é parte do ataque mais amplo da Administração às instituições acadêmicas e pode fazer com que essas mesmas instituições corrijam demais – sufocando a liberdade de expressão por medo de ter todo o seu financiamento cortado”, afirmou a diretora da ala estudantil da J Street, Erin Beiner.

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