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75% dos israelenses dizem que Netanyahu deve assumir a responsabilidade pelo ataque de 7 de outubro e renunciar

11 de março de 2025, às 09h44

Milhares segurando faixas e bandeiras israelenses se reúnem durante uma manifestação para exigir um acordo de troca de reféns com Gaza e a demissão do governo liderado por Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv, Israel, em 22 de junho de 2024. [Mostafa Alkharouf/ Agência Anadolu]

Quase 75% dos israelenses acreditam que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deve aceitar a responsabilidade pela incursão transfronteiriça liderada pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 e renunciar, de acordo com uma pesquisa recente do Instituto de Democracia de Israel (IDI).

O Índice de Voz Israelense de fevereiro descobriu que 48% dos entrevistados acham que Netanyahu deve renunciar imediatamente, enquanto 24,5% preferem que ele renuncie após a guerra em Gaza.

Além disso, 14,5% acreditam que Netanyahu deve assumir a responsabilidade, mas permanecer no cargo, enquanto apenas 10% acham que ele não deve assumir a responsabilidade nem renunciar. No geral, 72,5% apoiam sua renúncia agora ou depois da guerra, e 87% acreditam que ele deve aceitar a responsabilidade independentemente de renunciar.

De acordo com o Times of Israel, a pesquisa também destaca diferenças entre os dados demográficos, já que 45% dos entrevistados judeus são a favor da renúncia imediata de Netanyahu, em comparação com 59% dos entrevistados árabes. O alinhamento político também desempenha um papel, com 83,5% dos entrevistados de esquerda e 69% dos centristas apoiando a renúncia imediata, enquanto apenas 25,5% dos entrevistados de direita compartilham essa visão.

Além disso, uma pesquisa recente do IDI, conduzida entre 25 e 28 de fevereiro entre 759 entrevistados em hebraico e árabe, descobriu que apenas 33% dos israelenses estão otimistas sobre o futuro econômico do país, enquanto 30% expressam otimismo sobre a coesão social.

A pesquisa também revelou que uma esmagadora maioria de 73% dos israelenses apoia a mudança para a segunda fase do acordo de cessar-fogo e libertação de prisioneiros com o Hamas, o que exigiria uma cessação completa das hostilidades, a retirada israelense de Gaza e a libertação de prisioneiros palestinos em troca de todos os cativos restantes. Isso inclui 61,5% dos eleitores do partido Likud de Netanyahu.

Apesar dessas opiniões, apenas 41,5% dos entrevistados creditaram a Netanyahu a facilitação do acordo, em comparação com 85,5% que viam o presidente dos EUA, Donald Trump, como instrumental. Israel até agora se recusou a entrar em negociações para a segunda fase do acordo, pois exigiria uma retirada total de Gaza e uma cessação completa da guerra. Em vez disso, as autoridades israelenses buscaram estender a primeira fase para garantir mais libertações de reféns sem encerrar as operações militares, uma postura que o Hamas rejeitou.

Enquanto isso, o gabinete de Netanyahu anunciou que uma delegação viajaria para Doha hoje para avançar nas negociações de cessar-fogo.

Um acordo de cessar-fogo está em vigor em Gaza desde 19 de janeiro, interrompendo a guerra israelense que causou destruição generalizada e deixou o enclave palestino em ruínas.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão em novembro para Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa Yoav Gallant por crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.

Israel também enfrenta um caso de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) por sua guerra no enclave.

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