Londres recebeu Aleida Guevara March, filha de Ernesto ‘Che’ Guevara e sobrinha honorária de Fidel Castro, na terça-feira. March discutiu a irmandade que Cuba e Palestina forjaram contra o imperialismo.
Pediatra e ativista anti-imperialista respeitada internacionalmente, Aleida participou de missões médicas em países como Equador, Angola e Nicarágua, incorporando a filosofia de socialismo de seu pai ao contribuir para o internacionalismo médico de Cuba.
Falando por meio de um tradutor, Aleida reconheceu o momento tumultuado que todos estamos enfrentando desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca. Ela ofereceu esperança para os tempos sombrios que virão, destacando que, enquanto Trump continua a incitar a violência e destruir os fundamentos dos direitos humanos, ele, sem saber, alcançou algo que seu pai Che buscou durante toda a sua vida; a unificação do globo contra a força imperialista americana.
“Quanto mais difícil a situação, até o ponto de exaustão pela necessidade de resistir, chega um presidente como o de hoje e começa a dizer barbaridades e as comete, ele provoca a unidade do povo! E aqueles que estavam exaustos se levantam, porque quando aprendemos a viver com dignidade, ninguém pode nos forçar a abaixar a cabeça novamente!”, disse March.
Ela encerrou seu discurso com uma interpretação poderosa de “Cultivo Una Rosa Blanca”, um poema anti-imperialista cubano, rendendo a ela a única ovação de pé da noite. Ela lembrou aos ouvintes para não acharem a oratória como o completo ativismo – “palavras são maravilhosas, mas palavras podem ser levadas pelo vento. O que importa é o que fazemos, e devemos ajudar na reconstrução da [Palestina]”.
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O diretor da Campanha de Solidariedade à Palestina (PSC), Ben Jamal, ecoou seu apelo, enfatizando como as marchas devem continuar, para romper o status quo nas ruas de Londres. Ele disse que isso é tão relevante hoje quanto era no início do genocídio.
Jamal explicou que quando falou com ativistas cubanos sobre os comícios nacionais da PSC, os porta-vozes da Campanha de Solidariedade a Cuba (CSC) disseram: “Nós também marchamos em Cuba pela Palestina, mas a diferença é que em Cuba nossas marchas são lideradas pelo presidente”.
Os lobbies americano e israelense esperam que o acordo de cessar-fogo amorteça os esforços internacionais em apoio à libertação palestina, acrescentou o cofundador do Movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), Omar Barghouti. Não podemos permitir que a brutalização dos palestinos saia da frente de nossas mentes, ele enfatizou, pois isso capacita o ocupante a começar ataques na Cisjordânia ocupada como está fazendo hoje.
Apesar de suportar 60 anos de sanções estatais dos EUA, Cuba manteve iniciativas como bolsas de estudo para médicos palestinos, com a CEO da Health Workers 4 Palestine, Amira Nimerawi, enfatizando a importância disso.
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A noite concluiu com o lembrete de que a solidariedade contra a opressão de Cuba anda de mãos dadas com a causa palestina. Ambas as campanhas são consequência da intervenção imperialista, mas juntas se tornam uma força mais forte para a resistência.