Um juiz federal dos EUA bloqueou temporariamente a detenção de Yunseo Chung, uma estudante antigenocídio de 21 anos da Universidade de Columbia e residente permanente nos EUA, enquanto ela luta contra a deportação, informou a Wuds News Network.
Chung, que mora nos EUA desde a infância, processou o governo Trump esta semana, argumentando que as autoridades de imigração a estão perseguindo por seu ativismo pró-palestino. Seu processo argumenta que o governo está punindo indivíduos que protestam em apoio aos direitos palestinos.
A juíza distrital dos EUA Naomi Reice Buchwald emitiu uma ordem de restrição temporária ontem, impedindo que agentes federais detivessem Chung. Ela questionou por que os agentes de imigração estavam investigando seu caso, observando que não havia evidências de violência ou ameaças estrangeiras relacionadas às suas ações. Uma audiência judicial está marcada para 20 de maio.
Chung tem sido uma crítica aberta das ações militares de Israel em Gaza. Ela foi presa durante um protesto no campus do Barnard College e posteriormente colocada em suspensão temporária pela Universidade de Columbia. Autoridades do Immigration and Customs Enforcement (ICE) tentaram detê-la no início deste mês, revogando seu status de residência permanente, de acordo com documentos judiciais.
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O Departamento de Segurança Interna (DHS) alega que Chung se envolveu em “conduta preocupante”, citando sua prisão no protesto de Barnard, que a agência rotulou como “pró-Hamas”. O presidente dos EUA, Trump, prometeu deportar estrangeiros que apoiam protestos antigenocídio e pró-Palestina, acusando-os de ajudar o Hamas e ameaçar a política externa dos EUA.
Os advogados de Chung argumentam que o governo está violando seus direitos constitucionais. “Ela é uma estudante exercendo seu direito de protestar, como gerações antes dela. O governo Trump quer puni-la por isso”, disse seu advogado, Ramzi Kassem.
O caso de Chung faz parte de um esforço mais amplo para remover não cidadãos envolvidos em manifestações pró-Palestina. Outros estudantes, incluindo Mahmoud Khalil e Badar Khan Suri, também foram presos ou enfrentam deportação.
Agentes federais revistaram várias residências na Universidade de Columbia em conexão com os protestos. O processo de Chung nomeia vários funcionários de alto escalão, incluindo o presidente Trump e o secretário de Estado Marco Rubio, como réus.
O Departamento de Justiça defendeu suas ações, afirmando: “Não pediremos desculpas por aplicar as leis de imigração e proteger os judeus americanos do antissemitismo”.
A equipe jurídica de Chung está tentando bloquear sua deportação e desafiar a política inconstitucional de mirar em ativistas. O caso atraiu ampla atenção, com defensores dos direitos humanos condenando as ações do governo.
O tribunal decidirá sobre os próximos passos nas próximas semanas.
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