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Embaixador israelense na Etiópia é expulso de conferência sobre genocídio em Ruanda

8 de abril de 2025, às 11h27

Embaixador israelense na Etiópia Avraham Neguise [Wikimedia]

O embaixador de Israel na Etiópia Avraham Neguise foi expulso na segunda-feira de uma conferência sobre o genocídio em Ruanda organizada pela União Africana na capital etíope, Addis Ababa, relata a Agência Anadolu.

Uma declaração do Ministério das Relações Exteriores disse que Neguise foi expulso depois que os estados-membros se recusaram a participar ao lado dele na conferência.

O ministério também condenou as declarações feitas por Mahmoud Youssouf, presidente da Comissão da União Africana, durante o evento.

“É ultrajante que em um evento em homenagem às vítimas do genocídio tutsi em Ruanda, para o qual o embaixador israelense em Addis Ababa foi convidado, [Youssouf] tenha escolhido introduzir elementos políticos anti-Israel”, disse.

Em julho de 2021, Israel disse que havia se juntado novamente à União Africana como membro observador.

Neguise, ex-parlamentar do partido Likud, é embaixador de Israel na Etiópia desde agosto de 2024.

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Em fevereiro de 2023, um diplomata israelense foi expulso da 36ª cúpula de chefes de estado da União Africana realizada em Addis Abeba.

O incidente ocorreu quando o exército israelense renovou um ataque mortal a Gaza em 18 de março e, desde então, matou mais de 1.400 pessoas, feriu mais de 3.400 outras e quebrou um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros de janeiro no enclave.

Mais de 50.700 palestinos foram mortos em Gaza em um ataque israelense brutal desde outubro de 2023, a maioria deles mulheres e crianças.

O Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão em novembro passado para o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa Yoav Gallant por crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.

Israel também enfrenta um caso de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça por sua guerra no enclave.

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