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Tunisianos exigem promulgação de lei criminalizando a normalização com Israel

12 de abril de 2025, às 12h29

Advogados tunisianos vestem becas com o lenço palestino (keffiyeh) nos ombros, seguram bandeiras palestinas e um cartaz com os dizeres “Parem o genocídio em Gaza”, durante uma marcha nacional organizada pela Ordem dos Advogados da Tunísia, por ocasião do Dia dos Mártires em Túnis, Tunísia, em 9 de abril de 2025. [Foto de Chedly Ben Ibrahim/NurPhoto via Getty Images]

Centenas de ativistas participaram de uma marcha realizada na capital, Túnis, na sexta-feira, exigindo a promulgação de uma lei criminalizando a normalização com Israel, que trava uma guerra de genocídio na Faixa de Gaza há 18 meses.

A Coordenação de Ação Conjunta pela Palestina convocou a marcha, que começou na Praça Bab El-Khadra e seguiu em direção ao prédio do Parlamento.

Uma faixa com os dizeres: “O povo quer criminalizar a normalização com a entidade sionista e interromper a cooperação militar e de segurança com os Estados Unidos” estava à frente da marcha, de acordo com um correspondente da Agência Anadolu.

Centenas de ativistas também hastearam bandeiras de facções da resistência palestina e libanesa e seguraram cartazes com os dizeres “Criminalizem a normalização”, “A Palestina não está à venda… Onde está a criminalização da normalização?” e ​​”O povo quer criminalizar a normalização”.

Na quinta-feira, a Coordenação de Ação Conjunta pela Palestina anunciou sua intenção de organizar uma marcha em massa na sexta-feira sob o lema “Dia Tunisiano para Criminalizar a Normalização”.

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A principal reivindicação é “a promulgação de uma lei que criminalize a normalização com o inimigo sionista, a demissão do embaixador dos EUA e o fim da cooperação militar e de segurança com os EUA, envolvidos na agressão contra nosso povo na Palestina, Líbano, Iêmen e Síria”.

Esta marcha ocorre em um momento em que Israel intensifica sua guerra genocida contra a Faixa de Gaza, com o apoio dos EUA, desde outubro de 2023.

Em novembro de 2023, o Parlamento tunisiano não ratificou uma lei que criminalizava a normalização com Israel, após o presidente da Assembleia dos Representantes do Povo, Ibrahim Bouderbala, anunciar o adiamento da votação.

Por sua vez, o presidente tunisiano, Kais Saied, comentou sobre a controvérsia em torno da decisão de adiar a votação, afirmando:

 “A posição da Tunísia sobre a normalização é inabalável em sua rejeição. O termo ‘normalização’ não tem lugar no meu dicionário”.

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