O exército israelense anunciou, no sábado (12), que concluiu o cerco de Rafah e também o estabelecimento do Corredor Morag, isolando Rafah de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, segundo a Anadolu.
Em um comunicado, o exército israelense afirmou: “Forças da 36ª Divisão concluíram o cerco de Rafah”.
Acrescentou que, nas últimas 24 horas, as tropas “concluíram a abertura do Corredor Morag, que corta o sul de Gaza entre Rafah e Khan Younis”.
Esse desenvolvimento ocorre após uma reportagem do jornal Haaretz, que revelou que o exército está se preparando para incorporar Rafah, uma área que representa cerca de um quinto da Faixa de Gaza, a uma chamada zona-tampão, onde os palestinos serão proibidos de entrar.
O jornal descreveu a medida como equivalente à “erradicação da cidade”.
Segundo o Haaretz, a zona de amortecimento planejada abrange aproximadamente 75 quilômetros quadrados (29 milhas quadradas) e se estende entre os corredores Filadélfia e Morag, abrangendo Rafah e bairros vizinhos.
LEIA: ONU diz que evacuação forçada deixa palestinos com menos de um terço de Gaza para viver
O Corredor Morag recebeu o nome de um assentamento israelense ilegal que existia em Gaza antes da retirada unilateral de Israel da faixa em 2005. Fica entre Khan Younis e Rafah, ao sul.
Em 2 de abril, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse em uma declaração em vídeo: “Estamos assumindo o controle do Corredor Morag, que será um Corredor Filadélfia adicional.”
O grupo palestino Hamas acusou Netanyahu de impor um novo status quo em Rafah com o objetivo de isolar Gaza de seus arredores árabes.
O exército israelense renovou um ataque mortal a Gaza em 18 de março, rompendo o acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros vigente em janeiro.
Mais de 50.900 palestinos, a maioria mulheres e crianças, foram mortos em Gaza em um ataque israelense brutal desde outubro de 2023.
O Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão em novembro passado para Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.
Israel também enfrenta um caso de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça por sua guerra contra o enclave.
LEIA: Número de mortos em Gaza se aproxima de 50.950, com exército israelense matando mais 11 palestinos