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Israel anuncia cerco a Rafah, no sul de Gaza

15 de abril de 2025, às 10h00

Tanques israelenses são vistos na fronteira enquanto o exército israelense anuncia que assumiu o controle do lado palestino da passagem de fronteira de Rafah, em Rafah, Gaza, em 6 de maio de 2024 [IDF/Handout/Agência Anadolu]

O exército israelense anunciou, no sábado (12), que concluiu o cerco de Rafah e também o estabelecimento do Corredor Morag, isolando Rafah de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, segundo a Anadolu.

Em um comunicado, o exército israelense afirmou: “Forças da 36ª Divisão concluíram o cerco de Rafah”.

Acrescentou que, nas últimas 24 horas, as tropas “concluíram a abertura do Corredor Morag, que corta o sul de Gaza entre Rafah e Khan Younis”.

Esse desenvolvimento ocorre após uma reportagem do jornal Haaretz, que revelou que o exército está se preparando para incorporar Rafah, uma área que representa cerca de um quinto da Faixa de Gaza, a uma chamada zona-tampão, onde os palestinos serão proibidos de entrar.

O jornal descreveu a medida como equivalente à “erradicação da cidade”.

Segundo o Haaretz, a zona de amortecimento planejada abrange aproximadamente 75 quilômetros quadrados (29 milhas quadradas) e se estende entre os corredores Filadélfia e Morag, abrangendo Rafah e bairros vizinhos.

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O Corredor Morag recebeu o nome de um assentamento israelense ilegal que existia em Gaza antes da retirada unilateral de Israel da faixa em 2005. Fica entre Khan Younis e Rafah, ao sul.

Em 2 de abril, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse em uma declaração em vídeo: “Estamos assumindo o controle do Corredor Morag, que será um Corredor Filadélfia adicional.”

O grupo palestino Hamas acusou Netanyahu de impor um novo status quo em Rafah com o objetivo de isolar Gaza de seus arredores árabes.

O exército israelense renovou um ataque mortal a Gaza em 18 de março, rompendo o acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros vigente em janeiro.

Mais de 50.900 palestinos, a maioria mulheres e crianças, foram mortos em Gaza em um ataque israelense brutal desde outubro de 2023.

O Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão em novembro passado para Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.

Israel também enfrenta um caso de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça por sua guerra contra o enclave.

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